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"Nunca fui contra a vacina", afirma Bolsonaro sobre pandemia da Covid-19

Presidente, que já afirmou que não tomará o imunizante, muda o tom e diz que a vacina aumenta exponencialmente a chance de retorno à normalidade na economia.


09/02/2021 15h40

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda (8) que nunca foi contrário à vacinação da Covid-19. "Nunca fui contra a vacina. Sempre disse: 'passou pela Anvisa, compra'", disse Bolsonaro em entrevista à TV Bandeirantes.

Segundo Bolsonaro, que já afirmou em mais de uma ocasião que não irá se imunizar, suas ressalvas têm a ver com a aprovação das vacinas na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). "Quando uma autoridade do Brasil fala que vai vacinar de forma obrigatória a população do seu estado sem passar pela Anvisa, eu não posso ser favorável a isso. Sempre respeitei toda a legislação", continuou.

Em outubro de 2020, a conta oficial do presidente no Facebook respondeu ao comentário de um seguidor que pedia que o governo federal não comprasse a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. "Não será comprada", escreveu Bolsonaro. Na ocasião, porém, o imunizante ainda estava sendo testado e, portanto, não havia sido submetido à análise da Anvisa. O Butantan formalizou o pedido de uso emergencial da vacina em janeiro de 2021.

Leia também: Bolsonaro é provavelmente o primeiro líder político da história a desencorajar vacinação, diz especialista francês

Na entrevista, Bolsonaro repetiu a afirmação de que houve uma tentativa de tornar obrigatória a aplicação da vacina sem o aval da Anvisa e admitiu que, uma vez que o órgão analisou a Coronavac, foi estabelecido que ela tem "certa efetividade". 

O presidente também sinalizou mudança de tom em relação ao papel da imunização na retomada econômica do país. "Estamos fazendo o possível, estamos preocupados com a vida. Se vacinar, a chance de voltarmos à normalidade na economia aumenta exponencialmente. Queremos isso aí", afirmou. 

Ao longo da pandemia, Bolsonaro demonstrou apoio ao que chama de "tratamento precoce", que envolve medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, e foi crítico a medidas de isolamento. "A política de fechar tudo e ficar em casa não deu certo. O povo brasileiro é forte, o povo brasileiro não tem medo do perigo. Nós sabemos quem são os vulneráveis: os mais idosos e os com comorbidades. O resto tem que trabalhar", disse o presidente no dia 28 de janeiro.

Em dezembro de 2020, o presidente também afirmou que não vai tomar o imunizante e reagiu a críticas: “Não vou tomar [vacina]. Alguns falam que eu estou dando um péssimo exemplo. Ô imbecil, idiota. Eu já tive o vírus. Eu já tenho os anticorpos. Para que tomar vacina de novo?"

Na mesma ocasião, em uma cerimônia na Bahia, Bolsonaro voltou a criticar a obrigatoriedade do imunizante e falou sobre a vacina em tom de piada: "Na Pfizer está bem claro no contrato: 'nós não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral'. Se você virar um chimpanz... se você virar um jacaré, é problema de você. Não vou falar outro bicho aqui para não falar besteira. Se você virar o Super Homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou um homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. Ou, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas. Como você pode obrigar alguém a tomar uma vacina que não se completou a terceira fase ainda? Que está na experimental?”, questionou.

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