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"Estamos numa situação de alerta máximo", diz Doria sobre agravamento da pandemia

Governador de São Paulo citou recorde de mortes por Covid-19 no país e criticou gestão de Bolsonaro: "Não temos coordenação nacional no combate ao vírus".


10/03/2021 21h04

Diante do agravamento da pandemia de Covid-19 no estado de São Paulo e em todo o Brasil, o governador João Doria classificou nesta quarta (10) a situação como "alerta máximo".

"Infelizmente não temos nenhuma razão de qualquer tipo de celebração, ao contrário, de profunda tristeza. O Brasil alcançou o pior número de óbitos desde o início da pandemia, em março do ano passado", disse Doria em coletiva de imprensa do governo paulista, no Palácio dos Bandeirantes.

Com recorde de mortes pela doença, o Brasil registrou no fim da tarde desta quarta mais de 2 mil óbitos e quase 80 mil novos casos. O estado de São Paulo lidera em números absolutos de casos e mortes.  "Estamos numa situação de alerta máximo no caso de São Paulo, e não é diferente da maior parte dos estados brasileiros, mas em São Paulo estamos com vários hospitais lotados, números crescentes de infecção, internação e óbitos", continuou o governador.

Leia também: São Paulo tem quase 2 mil pacientes em fila de espera por leitos

A fala do governador também teve duras críticas à gestão da pandemia por parte do governo federal. "Os especialistas, inclusive os médicos do Centro de Contingências da Covid-19, apontam várias causas para esse desastre, e também cientistas que colaboraram e contribuem com informações precisas para os veículos de comunicação também são unânimes em considerar os aspectos que determinam a situação dramática que vive o Brasil diante da pandemia: primeiro, a falta de uma coordenação nacional no combate ao vírus", afirmou.

Doria também citou o posicionamento de Bolsonaro a favor do chamado "tratamento precoce", uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19: "Os especialistas apontam como causas deste desastre nacional a insistência do governo federal em recomendar tratamentos inócuos, tratamentos com ivermectina e cloroquina, por exemplo". 

Também foi alvo de críticas do governador a demora para a compra de vacinas, a aposta da gestão Bolsonaro em apenas uma opção de imunizante em 2020 e falta de apoio a medidas de controle da pandemia. "O governo federal não fez a sua parte. Poderíamos neste momento, ao invés de estarmos chorando a perda de milhares de vidas, estarmos festejando a imunização e a redução de casos", continuou.

"Espero que o próprio governo federal tenha a consciência de adotar uma postura correta de combate à pandemia. Aqui nós vamos fazer a nossa parte. Em São Paulo, faremos o que for necessário", prosseguiu o governador. Em São Paulo, a ocupação de leitos por pacientes de Covid-19 ultrapassou 86% e o governo estuda tomar medidas restritivas mais severas, que podem ser anunciadas na coletiva de imprensa desta quinta (11). A TV Cultura transmite a entrevista coletiva ao vivo, na íntegra, logo após o Jornal da Tarde. 

Assista ao trecho da coletiva de imprensa do governo paulista:

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