Fundação Padre Anchieta

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Aos 43 anos, a gerente de vendas Renata Machado Matenco sentiu duas vezes na pele como a gravidez ainda é um empecilho para o crescimento profissional das mulheres. Na primeira vez, quando estava grávida de Giovana, hoje com 17 anos, ela ainda não tinha sido efetivada na empresa.

“Eu tinha acabado de entrar na firma e não sabia que estava grávida. Quando fui ser efetivada, contei sobre gestação e eles disseram que não podiam me contratar. Algumas pessoas até me disseram que eu não deveria ter contado nada, mas gosto de agir com transparência”, disse.

Ela passou a gravidez toda em casa sem trabalhar. Quando percebeu, já tinha ficado dois anos fora do mercado de trabalho. “Quando fui tentar voltar, as pessoas me diziam na entrevista que eu estava fora há muito tempo. Foi complicado recomeçar. Acabei arrumando emprego de vendedora em shopping.”

Depois de um tempo, Renata saiu do shopping e foi contratada em uma empresa que atende o setor de varejo. Mas aí aconteceu o segundo baque. Ao retornar da licença maternidade de Isabela, de 5 anos, foi demitida. Renata não esperava, pois gostava muito dessa empresa. “Passei dez anos, aprendi muita coisa lá. Saí da área de customer e cheguei ao setor de vendas, que é o que mais amo fazer.”

O trauma

Ela conta que demorou para engravidar justamente porque havia ficado traumatizada com a primeira experiência. “Fiquei com receio, porque via outras mulheres sendo demitidas ao voltar da licença. Esse era o normal das empresas. E a gente tinha tantas coisas para fazer, queríamos comprar apartamento e aí fomos adiando a gravidez.”

Renata não está sozinha. Pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas) mostrou que a probabilidade de emprego das mães no mercado de trabalho decai após a licença maternidade. De acordo com os dados, após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade está fora do mercado de trabalho.

Após o segundo baque profissional, Renata ficou 1,5 ano trabalhando como esteticista. Foi uma fase difícil porque o marido, que ficou com ela no hospital assim que a segunda filha nasceu, também foi demitido. “Foi bem frustrante, a gente fica com o sentimento de que não pode ser mãe se não quiser ser demitida. Não pensava em sair daquela empresa, perdi meu chão. Fiz um curso e fiquei atendendo as pessoas em casa.”

A volta por cima

Renata nem pensava em voltar a ser contratada quando um colega que trabalha na Natural One, empresa de sucos, ligou para ela. “Esse amigo me ligou perguntando se não queria voltar para o mercado. Eu disse que não pensava, mas que precisava. Então ele me falou que tinha uma oportunidade. Foi assim que entrei na Natural One. Renasci, voltei com toda força e feliz.”

Ela entrou como supervisora e logo no primeiro ano foi promovida a gerente. Embora não planeje engravidar Renata diz que não teria medo de fazer isso no novo emprego.

“Percebo que o tratamento é totalmente diferente aqui dentro. Engravidar não é um problema. Há muito respeito com a mulher. Ela pode ser mãe, cuidar da casa, do marido, da vida pessoal e todos entendem isso. Não atrapalha sua carreira.”

Para a gerente, a prova disso é que já viu várias mulheres sendo contratadas grávidas. “A pessoa fica grávida, tira sua licença e na volta é recebida com todo carinho e respeito. Todo mundo fica esperando por ela, seu lugar está guardando, esperando pela sua volta.”

Renata, gerente de vendas da Natural One