O Departamento de Estado americano divulgou na última terça-feira (30) o relatório anual sobre Direitos Humanos nos Estados Unidos. O documento cita os ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à imprensa e entre outras ações desrespeitosas do governo brasileiro que ferem os direitos humanos em todo o mundo.
O documento foi apresentado em cerimônia pelo secretário de estado Antony Blinken, que comemorou em rede social ter tido "a honra de divulgar o 45º Relatório anual de Direitos Humanos", e que isso "demonstra que os Direitos Humanos, a transparência e a responsabilidade estão na vanguarda da política externa dos Estados Unidos". Blinken ainda afirma que o governo reconhece "o trabalho que temos pela frente e esperamos que todas as nações respeitem os direitos humanos e as liberdades fundamentais".
Honored to release the 45th annual Human Rights Report. It demonstrates that human rights, transparency and accountability are at the forefront of U.S. foreign policy. We acknowledge the work ahead and expect all nations to respect human rights and fundamental freedoms. #HRR2020 pic.twitter.com/G7BO475AoG
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) March 30, 2021
Segundo o documento sobre o Brasil, que possui 49 páginas, Bolsonaro criticou verbalmente ou virtualmente a imprensa por 53 vezes, de acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras. O ato foi classificado como "violência contra jornalistas". Entre outras citações no documento estão: "assassinatos ilegais ou arbitrários cometidos pela polícia" e "atos generalizados e corrupção".
Para justificar, foi citado o episódio ocorrido em agosto do ano passado, quando o presidente brasileiro respondeu a um repórter do jornal "O Globo" que "a vontade é encher tua boa de porrada", ao ser questionado sobre o depósito de R$ 89 mil de Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O relatório também critica as agressões aos jornalistas que cobrem a pandemia do coronavírus, e segundo o texto, "vários jornalistas sofreram assédio verbal, incluindo quando pessoas sem máscaras gritaram em seus rostos no início da Covid-19".
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O texto também cita a cobertura presidencial no Palácio da Alvorada. “Vários jornalistas foram submetidos a agressões verbais [...] levando uma coalizão de organizações da sociedade civil a abrir um processo civil contra o governo por não proteger os jornalistas naquele local". Além disso, o documento aborda a decisão de alguns veículos de imprensa de suspender a cobertura na residência oficial por falta de segurança.
Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro e o Palácio do Planalto não se manifestaram sobre o documento. A íntegra do documento pode ser lido no site do Departamento de Estado.
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