O Opinião desta quinta-feira (1º) discute a gestão pública diante da pandemia no Brasil. O programa aborda estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP em parceria com a Conectas Direitas Humanos. A pesquisa analisou mais de três mil normas federais produzidas em 2020, e concluiu que as ações do Governo Federal contribuíram para a propagação do vírus.
"Nós temos acompanhado a resposta federal à pandemia e também as respostas estaduais desde março do ano passado. Nós nos demos conta de que não se tratava de erro do governo, não se tratava de incompetência", esclarece Deisy Ventura, coordenadora do estudo. "Muitas vezes as pessoas chegaram a referir loucura ou desatino do presidente da República quando, na verdade, nós constatamos uma atuação sistemática, coordenada de diversos órgãos do governo, no sentido de disseminar a Covid-19 no Brasil", diz.
De acordo com Ventura, a menção, por membros do Governo, à imunidade de rebanho, ou seja, que brasileiros adquiririam imunidade naturalmente a partir do contágio, é sinal dos motivos para a ação. Ela ressalta que o conceito é inválido, uma vez que não se tem conhecimento acerca da duração da imunidade e da proteção contra outras variantes, por exemplo.
"Havia, no início da pandemia, uma expectativa de que o número de óbitos seria bem mais baixo. O governo aceitou que esses óbitos aconteceriam, decidiu causar a morte dessas pessoas. Mas, eu imagino que não havia a avaliação de que o número seria tão grande", completa.
Também participa da edição a cientista política e professora de Administração Pública da FGV Gabriela Lotta. Com apresentação de Andresa Boni, o programa inédito vai ao ar às 20h30, na TV Cultura, no YouTube e no site da emissora.
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