Fundação Padre Anchieta

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Divulgação/Estrela Beauty
Divulgação/Estrela Beauty

Adriana Lemos, 41 anos, nunca teve o hábito de se maquiar. Um rímel, um lápis de olho, base e uma cor de batom eram suficientes para compor a sua necessaire. Para a sua surpresa, quando a sua filha Caroline Lemos completou 3 anos, demonstrou interesse pelos cosméticos.

Carolzinha, como é conhecida pela família, ganhou um kit de maquiagem infantil e começou a explorar as possibilidades. "Ela tentava passar o batom, passava o blush, era engraçadinho, parecia uma palhacinha", comenta a mãe.

Hoje, com 8 anos, já tem mais habilidades com os produtos, mas desde o início Adriana supervisiona o uso e auxilia na retirada da maquiagem com água e sabonete. "Eu ficava preocupada se a pele dela poderia ter reação alérgica, então ficava de olho, mas isso nunca aconteceu", conta.

Como Carolzinha, cada vez mais crianças exploram o universo das maquiagens. Segundo dados da consultoria Euromonitor, o segmento de produtos infantis de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC) vendeu R$ 3,9 bilhões em 2016, um aumento de 45,6%, comparado com 2011. Com isso, a preocupação dos pais em relação aos cosméticos serem confiáveis também cresce.

Para garantir a segurança dos pequenos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou uma cartilha para definir regras sobre os produtos destinados a eles.

Os requisitos essenciais para a maquiagem, de acordo com o órgão, é o baixo poder de fixação e a fácil remoção dos produtos com água e sabonetes, além de testes para avaliar o potencial de irritação, sensibilização e toxicidade oral. Também é permitido o uso de substâncias que tenham o gosto ruim, para evitar que as crianças levem à boca.

Os esmaltes devem ser à base de água e com cheiro mais suave, comparado com o dos adultos e passar por testes como a maquiagem. A Anvisa define a faixa etária permitida de cada produto e os rótulos devem indicá-las; segundo a instituição, esse produto é indicado para crianças a partir de 5 anos.

De acordo com Daniella Ferraro, gerente da Estrela Beauty, empresa especializada em maquiagem infantil, é possível encontrar produtos para crianças considerados piratas no mercado, que não possuem registros e usam licenciamento indevido. "É importante ter uma conscientização em relação a isso. É melhor comprar um produto que às vezes tem um valor um pouquinho maior, mas é mais seguro e adequado".

Segundo a Anvisa, as crianças devem utilizar apenas produtos infantis e com o seu selo de aprovação, porque são elaborados respeitando as necessidades específicas da faixa etária. "Por conter grande carga de pigmentos e componentes para fixação, a maquiagem adulta pode causar danos à pele da criança", afirma Daniel Tavares, diretor da View Cosméticos, empresa também especializada em maquiagem infantil.

Para as marcas de maquiagens de criança, a tendência é focar na utilização dos produtos como uma brincadeira, estimulando sempre o lado lúdico do consumidor mirim. "Batemos muito na tecla de que a maquiagem não deve ser vista como uma adultização da criança. O que a gente sempre fala é que não é para a menina ficar mais bonita usando maquiagem, nosso foco é realmente a diversão", afirma Ferraro.

O que dizem especialistas?

Segundo a dermatologista Luciana Maluf, não há consenso sobre a idade mínima para o uso de maquiagens. Ela costuma dizer para os pais evitarem ao máximo o período da infância, já que a pele da criança é mais fina e absorve com mais rapidez os produtos.

Caso os pais permitam o uso, a médica indica que os responsáveis comprem produtos que realmente sejam feitos para a pele infantil. O contato com cosméticos para adultos, que podem conter agentes tóxicos como níquel e parabeno, pode causar dermatites nas crianças, explica.

"A dermatite de contato irritativa é aquela que tem reação apenas no local e assim que retirada já há um resultado positivo e talvez seja necessário o uso de um calmante como corticóide e um hidratante adequado para a pele. A dermatite alérgica é aquela intensa e tem resposta sanguínea. O resultado é mais lento e toda vez que a criança entrar em contato com aquele produto, terá chance de ter uma nova dermatite e muito maior", afirma.

Em caso de alergia ao uso de qualquer produto, a dermatologista diz que o primeiro passo a se fazer é retirar o produto com água e sabonete e o segundo passo é buscar um médico para que o local seja tratado o quanto antes. Por isso, é importante que um adulto esteja sempre supervisionando as brincadeiras com maquiagem. "As reações podem variar conforme a quantidade do cosmético, tipo de ingrediente que ele contém, quanto tempo permaneceu na pele e idade da criança. Independentemente, tem que ser tratado o quanto antes", completa.