Após a decisão da Anvisa de vetar a importação da Sputnik V por falta de documentação e possíveis riscos à saúde, a empresa que desenvolve a vacina emitiu uma nota alegando que o real motivo para o veto da importação foi político e não técnico. O comunicado afirma: “a decisão do regulador também contradiz uma decisão anterior do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que reconheceu a vacina como segura e permitiu sua produção no Brasil”.
Para embasar a argumentação, a equipe que desenvolveu a vacina respondeu as questões técnicas abordadas pela Anvisa na reunião do última dia 26. Segundo eles, o Gamaleya Center, laboratório russo que desenvolveu o imunizante, realiza rigoroso controle de qualidade, e confirmou que nenhum adenovírus competente em replicação (RCA) foi encontrado em nenhum dos lotes de vacinas produzidos.
O documento também ressalta que apenas vetores adenovirais do tipo E1 e E3, considerados inofensivos aos seres humanos, são usados na produção da vacina. E, além disso, a Anvisa teve acesso a documentos, locais de pesquisa e produção do imunizante.
Para finalizar, eles garantem a segurança da vacina e lembram que ela já foi aprovada por 61 órgãos reguladores. De acordo com os estudos russos, a Sputnik V demostrou eficácia de 91,6%.
Análise da Anvisa
No início desta semana, os gerentes da Anvisa se reuniram para decidir sobre a importação da Sputnik V pelo Brasil. Ao todo, 14 estados e dois municípios enviaram pedidos para a agência.
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Segundo Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, a Sputnik V pode ser prejudicial à saúde humana devido a tecnologia usada no medicamento, que tem um tipo de vírus que naturalmente se replica.
Ana Carolina Marino, gerente-geral de Fiscalização da agência, também reclamou da falta de documentos que comprovem segurança e eficácia.
Próximos passos
O Supremo Tribunal Federal (STF) analisará a decisão da Anvisa nesta semana e ouvirá o pedido dos estados e municípios. A Sputnik V, afirmou na nota, que vai continuar trabalhando com o governo brasileiros, estados, municípios e a União Química, farmacêutica que está pronta para começar a produção em larga escala do imunizante.
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