A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou, nesta terça-feira (4), o uso excessivo da força pela polícia durante os protestos que acontecem na Colômbia contra a reforma tributária no país e pediu calma diante da convocação de novas manifestações para amanhã. 

Em entrevista coletiva, a porta-voz da Alta Comissária para os Direitos Civis da ONU, Marta Hurtado disse que representantes da missão da ONU em Cali, uma das cidades onde ocorreram os incidentes mais violentos, "testemunharam o uso excessivo da força pela polícia".

As forças de segurança "utilizaram munições reais, espancaram manifestantes e efetuaram detenções no contexto de uma situação tensa e volátil em que alguns participantes dos protestos também foram violentos", acrescentou a porta-voz do gabinete chefiado pela Alta Comissária, Michelle Bachelet.

"Diante desta situação extremamente tensa, com soldados e policiais desdobrados, pedimos calma e recordamos às autoridades sua responsabilidade na proteção dos direitos humanos", ressaltou a porta-voz, por conta da convocação de novas manifestações para esta quarta-feira (5).

A onda de protestos que começou no dia 28 de abril já deixou 19 mortos, sendo 18 civis e um policial, conforme mostra o balanço da Defensoria do Povo. O Ministério da Defesa divulgou que houve 846 feridos, entre eles 306 civis. Nos seis dias de protestos, a polícia prendeu 431 pessoas.

Por conta das manifestações, o presidente do país, Iván Duque retirou a tramitação do projeto, que incluía o aumento de impostos, e o ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla renunciou ao cargo. 

Duque nomeou José Manuel Restrepo, até então ministro do Comércio, para substituir Carrasquilla.

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