Documentos da Casa Civil entregues à CPI da Covid revelam que ocorreram ao menos 24 reuniões com a atuação de um "ministério paralelo" no Planalto para tratar de assuntos relacionados ao combate à pandemia da Covid-19. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Para senadores da CPI, o "ministério paralelo" seria um grupo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro que atua à parte do Ministério da Saúde. De acordo com a publicação, Bolsonaro não esteve presente em seis das 24 reuniões, mas todos os encontros aconteceram no Palácio do Planalto ou no Alvorada.
O texto cita o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro, filhos do presidente, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), o assessor especial da Presidência Tercio Arnaud, o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e a médica Nise Yamaguchi como participantes das reuniões.
Os documentos apontam que os filhos do presidente compareceram em ao menos cinco encontros, em três deles Tercio Arnaud compareceu. A médica Nise Yamaguchi compareceu em ao menos quatro reuniões no Planalto e Osmar Terra esteve em ao menos 11 encontros. Já Wajngarten aparece em seis reuniões.
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A publicação da Folha informa que o assessor internacional da Presidência Filipe Martins, o ex-assessor Arthur Weintraub e o empresário Carlos Wizard não aparecem nos documentos. Eles também são apontados na CPI da Covid como parte do "ministério paralelo". "No entanto, nem todos os membros que participaram dos encontros foram divulgados nas planilhas das reuniões entregues à CPI", completa o texto.
Em depoimento à CPI da Covid, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que desconhece a estrutura de um "ministério paralelo". A médica Nise Yamaguchi será a próxima a prestar depoimento à comissão, na próxima terça-feira (1º).
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