A CPI da Covid ouve a médica infectologista Luana Araújo nesta quarta-feira (2). No início de maio, Araújo teve seu nome anunciado pelo ministro da Saúde Marcelo Queiroga para ocupar o cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, entretanto a nomeação foi cancelada dez dias depois. A comissão pretende entender os motivos da mudança.

O senador Humberto Costa (PT-PE) questionou se os agentes comunitários poderiam ter um papel melhor no enfrentamento da pandemia da Covid-19, com a atenção primária adequada.

Luana iniciou sua resposta dizendo que sim, que a saúde pública do Brasil é invejada pelo mundo. 

"O SUS é uma das maiores ferramentas de saúde pública que existem no mundo. É claro que tem problemas importantes, tem problemas de custo e efetividade, tem uma dificuldade de cuidado que, de temporalidade deste cuidado, mas é um sistema que é excepcional. E quando a gente fala de combate a pandemia, principalmente para uma doença que o tratamento farmacológico até este momento é inexistente, a gente não pode considerar essa resposta à pandemia como algo focado nessa gestão terciária", diz.

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A médica também afirmou que não pode focar nas estratégias de combate à pandemia nos hospitais. 

"O que eu preciso fazer é mudar o eixo de resposta para a atenção primária e a atenção primária serve, não só para um diagnóstico precoce, mas principalmente para educação, aconselhamento e acompanhamento das pessoas, então quando eu digo que a pandemia é uma crise de confiança também, isso poderia ter sido amenizado pelo uso da atenção primária, à atenção primária deve, e espero, ser utilizada de uma forma mais contundente daqui para a frente nas nossas respostas", termina.