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Marcelo Queiroga se irrita com questionamentos sobre compra da Covaxin: “falei em que idioma?”

Durante entrevista, o ministro da Saúde se incomodou com jornalistas após perguntas relacionadas a compra da Covaxin. Contrato está sendo investigado pelo MPF


23/06/2021 14h52

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga se irritou com questionamentos sobre a compra da vacina indiana Covaxin durante entrevista nesta quarta-feira (23). O Ministério Público Federal investiga o contrato da pasta com a Precisa Medicamentos, empresa que representa o laboratório indiano no Brasil.

O ministro foi questionado sobre essa diferença de preços, mas se irritou. Ele também não respondeu se a compra será mantida em meio às investigações.

“Todas as vacinas que têm registro definitivo da Anvisa ou emergencial o ministério considera para aquisições. Então, esperamos esse tipo de posicionamento para tomar uma posição acerca, não só dessa vacina, mas de qualquer outra vacina que obtenha registro emergencial ou definitivo da Anvisa”, disse ele inicialmente.

"Os senhores vão comprar a Covaxin com esse preço que está sendo questionado?", perguntou um jornalista.

“Eu falei em que idioma? Eu falei em português. Então não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin, nem da Sputnik”, retrucou Queiroga.

Os jornalistas que acompanhavam a entrevista insistiram, e explicaram que a pergunta era sobre pagamentos futuros, relativos ao contrato já firmado.

"Futuro é futuro", disse o ministro, encerrando a entrevista sem responder novas perguntas.

Investigações sobre a Covaxin

A Procuradoria da República do Distrito Federal ampliou a investigação sobre o contrato firmado entre o Ministério da Saúde e o laboratório indiano Bará Biotech para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

Os indícios do crime foram identificados pelo Ministério Público Federal no contrato de entrega das doses, que tinha um valor total de R$ 1,6 bilhão. A dose foi negociada a US$ 15 dólares, preço 1000% superior ao da primeira proposta e mais cara em comparação outras vacinas no mercado internacional, como a da Pfizer.


Outro fator que chama atenção é o tempo de negociação. Enquanto o governo levou 330 dias para assinar o contrato com a Pfizer, depois de recusar cinco ofertas do laboratório, o negócio com a Covaxin foi acertado em 97 dias.

CPI da Covid

A compra da Covaxin entrou na mira da CPI da Covid. Francisco Emerson Miximiano, o responsável pela ponte entre o governo federal e o laboratório que produz a vacina na Índia, foi convocado para depor na comissão.

Leia também: CPI da Covid aprova sessão secreta com Witzel e depoimento de representante do Twitter

O evento estava marcado para hoje, dia 23 de junho, mas foi adiado para a próxima semana após ele informar que está cumprindo quarentena sanitária.

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