Brasil bateu recorde de mortes por Covid no dia em que governo fez suposta proposta por propina
Representante da empresa Davati Medical Supply afirmou ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde
30/06/2021 07h50
Em 25 de fevereiro deste ano, dia em que o representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, afirmou ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina em troca de fechar o contrato com o Ministério da Saúde, o Brasil bateu o recorde do número de mortos por Covid em 24 horas.
Naquele dia, o país registrou 1.582 mortes por conta do vírus, até então, a marca havia sido a maior registrada desde o início da pandemia, e somava 251.661 mortes devido à Covid-19. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa.
Em publicação do Jornal Folha de S. Paulo, na última terça-feira (29), Luiz Paulo Dominguetti Pereira afirmou que a proposta de propina para a compra de vacinas foi feita por Roberto Ferreira Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde.
A reunião foi marcada por Roberto Dias e, ao invés de acontecer no Ministério, foi agendada em um restaurante no Brasília Shopping. O pedido de propina foi recusado por Pereira. “Aí eu falei que não fazia, que não tinha como, que a vacina teria que ser daquela forma mesmo, pelo preço que estava sendo ofertado, que era aquele e que a gente não fazia, que não tinha como. Aí ele falou que era para pensar direitinho e que ia colocar meu nome na agenda do ministério, que naquela noite que eu pensasse e que no outro dia iria me chamar".
O Ministério da Saúde informou, na noite da terça (29), que Roberto Ferreira Dias será exonerado cargo de diretor de Logística da pasta. A exoneração acontece também em meio às investigações sobre suspeitas de irregularidade na compra da vacina indiana Covaxin. Dias também é citado neste caso.
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