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Pessoas em situação de rua enfrentam madrugada mais fria dos últimos cinco anos em São Paulo

Os termômetros marcaram 6°C por volta das 4 horas. De acordo com o último censo feito na cidade, 24.344 pessoas vivem nas ruas


30/06/2021 14h55

A cidade de São Paulo registrou a madrugada mais fria em cinco anos, nesta quarta-feira (30). Os termômetros marcaram 6°C por volta das 4 horas. Com a baixa temperatura, as pessoas em situação de rua ficam ainda mais vulneráveis e sujeitas a problemas de saúde. 

De acordo com o último censo feito na cidade, 24.344 pessoas vivem nas ruas. Estima-se que a pandemia de Covid-19 tenha aumentado esse número. Segundo a prefeitura, 11.693 pessoas estão acolhidas na rede socioassistencial e 12.651 permanecem sem o acolhimento.

"Moradores de rua acabam ficando mais expostos por um período de tempo maior e, na grande maioria das vezes, há temperaturas muito baixas, ultrapassando a capacidade do corpo humano de fazer o controle de temperatura, prejudicando o funcionamento dos órgãos vitais, podendo haver, inclusive, eventos de morte por causas cardiovasculares", explicou o cardiologista Jasvan Leite em entrevista ao Jornal da Tarde. 

As baixas temperaturas registradas na capital paulista resultam de uma massa de ar frio, de origem polar, que avançou pelo Brasil e que deve derrubar as temperaturas ainda mais. "A tarde de quarta-feira pode ser também a mais fria do ano, apesar do sol. Então, o ar gelado vai continuar sobre a cidade. A madrugada de quinta-feira também deve ser extremamente fria, com temperaturas abaixo de 10°C", informou a meteorologista Josélia Pegorim.

"Aliás, nós podemos bater recorde nesta quarta e também na quinta-feira. O frio vai começar realmente a diminuir só a partir da sexta-feira e no fim de semana, aí é um frio normal durante a noite e madruga, e as tarde já serão bastante agradáveis", conclui.

A prefeitura de São Paulo tem o Plano de Contingência para Situações de Baixas Temperaturas que prevê a abertura de mais vagas em abrigos e a oferta de cobertores para quem está em situação de rua. Mas, qualquer pessoa pode ajudar. 

Para o Padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, "quem leva o calor humano vai fazer a diferença". Ele também pede: "Que todos nós nesse inverno não sejamos indiferentes. Se você andar pela rua e ver um irmão com frio, aqueça com o seu amor."

O café da manhã que o padre começou a oferecer há mais de 30 anos tem distribuição de cachecóis e gorros diariamente para mais de 500 pessoas, na Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca. As doações são bem-vindas na Casa de Oração do Povo da Rua, que fica na Rua Djamila Dutra, 3 - bairro da Luz. Também é possível pedir auxílio para alguém por meio do número 156 da prefeitura. 

Leia também: Doria cobra Saúde por liberação de doses da Janssen doadas pelos EUA; CPI da Covid quebra sigilo bancário de Pazuello e Roberto Dias, diretor acusado de propina

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