CPI da Covid deve convocar ex-cunhada de Bolsonaro para depor
Andrea Siqueira denunciou um suposto caso de 'rachadinhas' envolvendo o presidente, que na época ocupava o cargo de deputado federal
06/07/2021 12h27
A CPI da Covid-19 pode votar nesta quarta-feira (7) sobre a convocação da ex-cunhada de Jair Bolsonaro (sem partido), Andrea Siqueira, que acusa o presidente de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos efetuado na época em que ocupava o cargo de deputado federal.
Em gravações divulgadas na última segunda-feira (5), na coluna da jornalista Juliana Dal Piva, no UOL, Andrea afirma que o dinheiro destinado ao pagamento de servidores da Câmara era repassado ao então deputado Jair Bolsonaro.
Assinado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB), o pedido afirma que a convocação se dá pela “ligação direta com suspeitas de crimes investigados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, envolvendo o presidente da República e seus filhos”, afirma.
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Calheiros destaca ainda a relação do caso com o objeto de investigação da CPI “há notícias de que as indicações de ocupantes para posições, cargos e funções estratégicos no Ministério da Saúde e outras posições no combate à pandemia seriam feitas pelo presidente da República, por seus filhos e pessoas próximas a eles, em sua maioria, por meio da senhora Andrea Siqueira Valle”, destaca o relator.
Entre os 59 requerimentos em pauta estão a quebra de sigilo telefônico, fiscal, bancário e telemático dos deputados federal Luis Miranda (DEM-DF) e Ricardo Barros (PP-PR), que estaria envolvido em um suposto esquema de corrupção no caso Covaxin, além de Danilo e Gustavo Berndt Trento, também citados em denúncias sobre a compra da vacina indiana.
O relator pede ainda ao Poder Executivo o envio de informações sobre gastos orçamentários à CPI e o acesso a relatórios e informações de inteligência relacionados ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e aos militares Antônio Élcio Franco, Marcelo Blanco da Costa e Alexandre Martinelli Cerqueira.
Renan Calheiros propôs à Polícia Federal a investigação do encontro entre o representante comercial da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, que teria ocorrido no dia 25 de fevereiro, quando Dominguetti aponta ter recebido de Dias um pedido de propina de U$ 1 por dose da vacina.
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