Minutos depois dos presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, declararem repúdio a ataques ao sistema eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou uma foto cercado por cadetes da Aeronáutica em uma rede social.
A postagem foi feita pelo perfil oficial de Bolsonaro no Twitter nesta sexta (9), às 17h15, 15 minutos após o fim da coletiva de imprensa de Pacheco no Senado Federal e três minutos depois da divulgação de uma nota à imprensa do TSE. Os posicionamentos de Pacheco e Barroso foram reações a falas recentes do mandatário.
Bolsonaro posou com cadetes na tarde desta sexta, durante participação de solenidade da Força Aérea Brasileira em Pirassununga, interior de São Paulo.
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Sem citar Bolsonaro nominalmente, Pacheco afirmou à imprensa que que o Congresso Nacional não concorda e repudia veementemente qualquer ideia de "retrocesso na democracia", como a não realização das eleições de 2022.
Na última quinta (8), o presidente declarou que o Brasil não terá eleições se o pleito não for "limpo", em sua concepção. Hoje, ele afirmou, sem apresentar provas, que houve fraude em 2014 e atacou o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.
"Todo aquele que pretender algum retrocesso ao Estado Democrático de Direito, esteja certo: será apontado pelo povo brasileiro e pela história como inimigo da nação e como alguém privado de algo muito importante para os brasileiros e o Brasil, que é o patriotismo", declarou Pacheco.
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Já a nota do TSE cita diretamente as declarações do presidente, classificadas como "lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo".
O texto, assinado por Barroso, reafirma a segurança do sistema de urnas eletrônicas e diz que acusações levianas de fraude no são ofensivas a todos. "Desde a implantação das urnas eletrônicas em 1996, jamais se documentou qualquer episódio de fraude. Nesse sistema, foram eleitos os Presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro. Como se constata singelamente, o sistema não só é íntegro como permitiu a alternância no poder", diz o documento.
Além disso, a nota lembra que agir para impedir a realização das eleições configura crime de responsabilidade.
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