A Precisa Medicamentos, farmacêutica que intermediou a compra da vacina indiana Covaxin contra a Covid-19 para o Ministério da Saúde, vendeu o imunizante para 59 clínicas privadas no início do ano e arrecadou pelo menos R$ 9,5 milhões, segundo documentos obtidos pela CPI da Covid e divulgados pelo jornal O Globo nesta quarta-feira (21).
De acordo com a matéria, foi pago um "sinal" de 10%, mas as empresas ficaram sem a vacina. Algumas pediram ressarcimento pelo prazo contratual ter expirado no final de abril.
Os negócios não foram adiante porque, além da vacina não ter sido aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Congresso não liberou clínicas privadas para vacinarem seus clientes contra a Covid-19 até agora.
A oferta foi feita entre o fim do ano passado e fevereiro deste ano, antes do contrato com o Ministério da Saúde. No dia 25 de fevereiro, o governo comprou 20 milhões de doses de Covaxin por R$ 1,6 bilhões, mas foi suspenso após descumprimento do prazo pela Precisa Medicamentos.
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O menor preço oferecido pela farmacêutica às empresas privadas era de US$ 32,71 para quem comprasse mais de 100 mil doses, sendo mais do que o dobro pago pelo Ministério (US$ 15). A Precisa também ofereceu uma faixa mínima de 2 mil até 7,2 mil doses, no valor de US$ 40,78. Cerca de 30 empresas escolheram essa opção, segundo o documento analisado pela CPI.
O site da TV Cultura tentou contato com a Precisa Medicamentos, que não comentou o caso até a publicação desta nota.
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