Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (Universidade de São Paulo) revelou as desigualdades na cobertura vacinal contra a Covid-19 em diferentes regiões do estado.
De acordo com a plataforma Vacina Já, do governo paulista, 75,05% da população maior de 18 anos do estado recebeu pelo menos uma dose do imunizante. O número corresponde a 57,24% da população total; 20,45% têm esquema vacinal completo.
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Cruzando os dados da vacinação com as estimativas populacionais do Censo, os pesquisadores demonstraram que algumas regiões, como o bairro da Sé, no centro da capital, têm 100% do público-alvo imunizado, enquanto em outras, menos de 30% dos que poderiam se vacinar estão imunizados.
É esse o caso do bairro Cidade Tiradentes, na periferia da capital. De forma geral, quanto mais pobre e mais distante do centro, menor o acesso às vacinas, mostra a pesquisa. "São lugares onde têm os mais pobres, mais periféricos em geral e mais negros", explica Paula Santoro, coordenadora da pesquisa.
Para Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, além de dificuldades no acesso à informação sobre as vacinas, um fator que pode explicar a desigualdade é a falta de oportunidades para ir a um posto de saúde.
"Quando a gente fala de acesso, a gente está falando também do horário de funcionamento. As pessoas estão precisando trabalhar, estão flexibilizando, colocando a vida em risco para poder se sustentar. E como elas largam o trabalho para ir se vacinar? 'Ah, funciona no sábado', mas muita gente trabalha no sábado", afirma a especialista.
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