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Nesta quarta, CPI ouve coronel Blanco, citado em depoimentos sobre propina por vacinas

Marcelo Blanco da Costa era assessor do departamento de Logística do Ministério da Saúde; ele teria participado de jantar em que foi pedido US$ 1 por dose em lote da AstraZeneca


04/08/2021 08h37

A CPI da Covid ouve nesta quarta-feira (4), o tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa, ex-assessor do departamento de Logística do Ministério da Saúde. O depoimento está previsto para começar às 9h.

Blanco foi citado em diversas oitivas anteriores à CPI. Ele entrou na mira da comissão do Senado após ter participado de um jantar, no qual teria havido um pedido de propina de US$ 1 em troca da aquisição da vacina AstraZeneca contra a Covid-19. Ele era subordinado no Ministério da Saúde a Roberto Ferreira Dias, suposto autor do pedido de propina.

O depoimento do coronel foi solicitado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que espera, com a oitiva, ser “possível esclarecer a notícia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo de que o governo Bolsonaro teria pedido propina de um dólar por dose de vacina por meio do diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias”.

Em depoimento à CPI em 1º de julho, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresentava como representante da Davati Medical Supply, afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose do ex-diretor Dias em troca de assinar contrato de venda de vacinas AstraZeneca com o ministério.

O pedido de propina, segundo o vendedor, foi feito no dia 25 de fevereiro deste ano, em jantar no restaurante Vasto, em um shopping em Brasília, onde esteve presente o coronel Blanco, que o teria apresentado a Dias.

O ex-diretor Dias, que recebeu voz de prisão ao final de seu depoimento aos senadores no dia 7 de julho, afirmou, inicialmente, que seu encontro com Dominguetti e Blanco no restaurante foi casual, mas depois assumiu, a partir de áudios exibidos na comissão, que o coronel sabia que ele estaria no local.

Blanco também se reuniu com outros supostos vendedores de vacinas – entre eles, Cristiano Carvalho, que também se dizia vendedor da Davati.

Em depoimento à CPI, Carvalho contou que soube do pedido de “comissionamento” na venda de vacinas, e que foi informado que a iniciativa teria partido do “grupo do Blanco”.

"A informação que veio a mim não foi "propina", ele [Dominguetti] usou "comissionamento". Se referiu ao comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Marcelo Blanco [ex-assessor de Dias] e da pessoa que o tinha apresentado a Blanco, de nome Odilon", disse na ocasião. Carvalho entregou à CPI áudios atribuídos a Blanco nos quais ele trata das negociações dos imunizantes.

O coronel da reserva deve esclarecer à comissão questões sobre as tratativas do governo brasileiro com empresas intermediárias de vacinas.

Para o depoimento desta manhã, Blanco estará munido de habeas corpus, obtido no Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, ele deve dizer a verdade em relação aos fatos dos quais foi testemunha.

Leia também: Pessoas com 30 anos de idade recebem primeira dose contra a Covid-19 no Rio de JaneiroSão Paulo inicia a vacinação contra a Covid-19 das pessoas com 27 anos de idade

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