Segundo dados do Portal da Transparência, Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército condenado em 2008 pela Justiça brasileira como torturador durante a Ditadura Militar (1964-1985), foi elevado ao posto de marechal. Entretanto, por ter ido para a reserva como coronel, só poderia alcançar o cargo de general de brigada, três níveis abaixo da patente de marechal.
Os dados públicos disponibilizados informam ainda que 100 generais (último posto da escala hierárquica do Exército Brasileiro) receberam a patente de marechal, extinta desde 1967 após uma reforma no regramento da força terrestre que pôs fim ao título. A partir da promulgação da Lei Federal 6.880, de 1980, chamada de Estatuto dos Militares, a possibilidade de um general passar ao posto de marechal voltou, mas em condições restritas: somente em tempos de guerra.
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Falecido em 2015, Ustra, que usava o codinome Dr. Tibiriçá durante as sessões de tortura na sede do DOI-CODI, em São Paulo, transmitiu sua pensão às filhas Patrícia Silva Brilhante Ustra e Renata Silva Brilhante Ustra. Cada uma recebe R$ 15.307,90, totalizando R$ 30.615,80, valor correspondente aos vencimentos de marechal e não de coronel.
Homenageado por Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nunca escondeu sua admiração pelo coronel Ustra, a quem se refere como um “herói nacional”. Durante a sessão que votou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, o então deputado federal dedicou sua decisão favorável ao afastamento da petista com a seguinte frase: “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor da Dilma”.
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