CPI ouve diretor da Vitamedic, farmacêutica que incentivou uso de drogas ineficazes contra Covid-19
Documentos enviados à comissão do Senado mostram que faturamento e produção de ivermectina pela empresa cresceram expressivamente na pandemia
11/08/2021 08h45
Nesta quarta-feira (11), a CPI da Covid ouve Jailton Batista, diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic. Ele deve falar sobre as vendas do “kit covid”, um conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento contra o novo coronavírus. O empresário será ouvido na condição de testemunha. A previsão é que o depoimento comece às 9h30.
A Vitamedic se tornou alvo da CPI por ser uma das principais produtoras de ivermectina no país. A própria empresa enviou dados à comissão que mostram que a produção e o faturamento com a venda do medicamento aumentaram de forma expressiva durante a pandemia.
De acordo com relatórios enviados, apenas as vendas da ivermectina saltaram de 24,6 milhões de comprimidos em 2019 para 297,5 milhões em 2020 — um crescimento superior a 1.105%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90 — um incremento de 226%.
O requerimento original previa a presença de outro representante da Vitamedic, o empresário José Alves Filho. A convocação dele foi sugerida pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). José já teve os sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI.
Em ofício enviado à comissão, o empresário argumenta que, como acionista da Vitamedic, poderia responder apenas sobre “investimentos fabris e novas aquisições”. Ele sugere que a CPI tome o depoimento de Jailton Batista, a quem caberia “a administração das rotinas diárias” da empresa.
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