Protestos organizados pela UNE (União Nacional dos Estudantes), UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (União Nacional dos Pós-Graduandos) marcam o Dia do Estudante no país, comemorado nesta quarta-feira (11). Segundo lideranças das manifestações, a mobilização é decorrente da crise educacional vivida no Brasil, que se agravou durante a pandemia da Covid-19, uma vez que o respaldo do Estado é escasso.
A redução de verbas direcionadas às instituições federais é tão significativa que, em maio deste ano, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) - a maior do país - explicou em coletiva sobre a situação orçamentária da universidade e afirmou que existe um risco considerável dela fechar por falta de verbas. Além disso, no ano passado, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) teve 51,6% de faltas, segundo o INEP, uma vez que a prova foi feita em meio a segunda onda de coronavírus. Neste ano, as inscrições para o exame tiveram seu menor número desde 2007.
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O quadro crítico apresentado na educação brasileira é o principal motivo de entidades educacionais irem às ruas a fim de conscientizar a respeito da falta de recursos que se vê no Brasil e a dificuldade de acesso ao ensino de qualidade de forma generalizada. A mobilização marcada pelo dia dos estudantes se dá apenas um dia após o atual ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmar em entrevista à TV Brasil que as universidades “deveriam ser para poucos nesse sentido de ser útil à sociedade". Segundo Ribeiro, o futuro da academia está nas escolas técnicas.
Além da convocação às ruas, a UNE, UBES, a Educafro, a Frente Antirracista, em conjunto com os partidos PT, Rede, PSB, PC do B, PSTU, PDT, PSOL, PV, Cidadania e Solidariedade pretendem mobilizar uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) no STF (Supremo Tribunal Federal) que procura refutar decisão do MEC de negar a gratuidade da taxa de inscrição aos ausentes no ENEM 2020.
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