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Doria diz que Ministério da Saúde não cumpriu acordo sobre doses da Pfizer para São Paulo

"Ou o ministro não tem palavra, ou sua palavra não vale no Ministério da Saúde", afirmou o governador; apesar do impasse, início do calendário de vacinação de adolescentes está mantido em 18 de agosto


11/08/2021 15h19

Em novo impasse sobre a entrega de vacinas da Pfizer contra a Covid-19 a São Paulo, o governador João Doria (PSDB) disse nesta quarta (11) que o Ministério da Saúde não cumpriu o acordo firmado com o estado. A pasta nega. 

Na última semana, o governo paulista cobrou o ministério após a chegada de uma remessa de imunizantes 50% menor do que a esperada e ameaçou entrar na Justiça pelas doses faltantes. O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn​, chegou a se reunir com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o assunto. 

"Nós tentamos, Dr. Jean e eu, pessoalmente, evitar a judicialização deste tema. Conversamos com o ministro várias vezes, eu, inclusive, duas vezes ao telefone, exatamente para demonstrar a boa vontade, o interesse de São Paulo de evitar a judicialização e encaminhar, com juízo e com respeito, as doses que cabem a São Paulo na proporcionalidade", afirmou Doria em coletiva de imprensa nesta quarta. 

"O ministro garantiu que assim seria feito, eu inclusive agradeci a ele pelo gesto e pela concordância. Qual não foi a nossa surpresa de que isto não foi cumprido pelo ministério. Ou uma ou outra: ou o ministro não tem palavra, ou sua palavra não vale no ministério da Saúde", prosseguiu o governador. 

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O impasse colocou em risco o calendário de vacinação de adolescentes em São Paulo, uma vez que o imunizante Pfizer é o único aprovado pela Anvisa para aplicação nessa faixa etária. Apesar disso, o governo confirmou que o cronograma para menores de 18 anos está mantido, e deve começar em 18 de agosto. 

Segundo Gorinchteyn​, o entendimento do governo paulista após a reunião foi de que o estado receberia 50 mil doses adicionais, além da entrega regular proporcional à população do estado, mas isso não ocorreu. 

A remessa recebida pelo estado na noite da última terça (10) corresponde a 23% do total de doses distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunização), apenas a cota usual direcionada a São Paulo, sem acréscimos, de acordo com o secretário. 

"O ministro entendeu, nessas tratativas, que ele deveria recompor essas 228 mil doses para que nós pudéssemos dar continuidade à nossa vacinação. Porém, entendíamos que nós receberíamos a nossa pauta, e dentro da pauta o nosso valor é de 22,6% no mínimo, e teríamos acrescido mais doses. Naquele momento havia sido dito que receberíamos, além do valor que nós teríamos direito, mais 50 mil doses de vacinas", disse o secretário. 

Questionado pela Cultura, o Ministério da Saúde afirmou que a remessa enviada já inclui as 50 mil doses adicionais: "O Ministério da Saúde informa que, ontem (10), foram entregues 241.020 doses da Pfizer ao estado de São Paulo. As 50 mil doses extras estão contempladas nesta distribuição".

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De acordo com a coordenadora do Plano Estadual de Imunização, Regiane de Paula, o cronograma para adolescentes será mantido graças a um planejamento aprimorado. "Estamos otimizando as grades para cumprir esse calendário e cumpriremos, mas é importante lembrar: o Ministério da Saúde deve ao estado de São Paulo 228 mil doses das vacinas da Pfizer", afirmou. 

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