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Biden defende retirada de militares do Afeganistão: "Mantenho firmemente minha decisão"

"Nossas tropas não devem e não podem lutar e morrer numa guerra que as forças afegãs não estão dispostas a combater", disse o presidente dos Estados Unidos; país foi tomado pelo grupo extremista Talibã


16/08/2021 18h45

Em seu primeiro discurso desde a tomada do poder pelo Talibã no Afeganistão, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu nesta segunda (16) a decisão de retirar as tropas americanas no país.

Leia mais: Talibã toma Cabul e volta ao poder no Afeganistão depois de 20 anos; Governo garante "transferência pacífica”

"Mantenho firmemente a minha decisão. Depois de 20 anos, aprendi da maneira mais dura que nunca seria um bom momento para retirar as forças armadas americanas", afirmou, em pronunciamento na Casa Branca. 

A retirada das tropas dos Estados Unidos do país era parte de um compromisso firmado pelo antecessor de Biden, Donald Trump. "A dura realidade era de escolher entre seguir o acordo de remover nossas forças armadas ou escalar o conflito", justificou o mandatário. 

Biden admitiu que a tomada do poder por parte do Talibã surpreendeu o governo americano: "A verdade é que isso aconteceu mais rápido do que esperávamos". 

"Fomos ao Afeganistão quase 20 anos atrás com objetivos claros: atingir os que nos atacaram em 11 de setembro de 2001 e garantir que a Al-Qaeda não pudesse usar o Afeganistão como base para nos atacar novamente. Fizemos isso", prosseguiu Biden. 

Ele também afirmou que a missão dos Estados Unidos nunca foi de "construir uma nação" ou "uma democracia unificada e centralizada", mas teve foco na ação contra o terrorismo. 

"Os líderes políticos do Afeganistão desistiram e fugiram do país. O exército afegão entrou em colapso, às vezes sem tentar lutar", criticou, ao afirmar que os Estados Unidos gastaram mais de 1 trilhão de dólares no país, além de fornecer financiamento e treinamento para os militares afegãos. 

"Nossas tropas não devem e não podem lutar e morrer numa guerra que as forças afegãs não estão dispostas a combater. [...] Se o Afeganistão não tem capacidade de resistir ao Talibã agora, não há chance de que mais um, cinco ou vinte anos a mais de botas americanas no chão fariam diferença", completou. 

Assista ao pronunciamento:

Leia também: Ao menos cinco pessoas morreram no aeroporto de Cabul ao tentarem fugir após retorno do Talibã

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