O Ibovespa fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira, renovando mínimas desde abril e voltando a ficar no vermelho no acumulado do ano, em meio a um ambiente externo hostil, com preocupações sobre o crescimento econômico e sem alívio nos ruídos fiscais e políticos no Brasil.

O índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 1,07%, a 117.903 pontos.

Já o dólar fechou em queda de 0,20%, cotado a R$ 5,27.

O que aconteceu com a Bolsa? O Ibovespa aprofundou nesta terça-feira o mergulho iniciado na véspera, em meio a um ambiente ainda desfavorável no exterior, diante de preocupações com a retomada econômica e a disseminação da variante delta do coronavírus, enquanto IRB Brasil RE renovou mínima histórica após prejuízo no segundo trimestre.

Se na segunda a queda na atividade industrial da China trouxe preocupação, hoje foi a vez do varejo norte-americano, que registrou queda de 1,1% nas vendas em julho, enquanto o mercado esperava estabilidade para o período.

De acordo com a Guide Investimentos, o receio em torno dos impactos econômicos da variante delta, que já cobra um preço elevado em algumas regiões da Ásia, pressiona os pregões no exterior.

Na visão da equipe da corretora, a piora do ambiente externo dificulta a recuperação do mercado local, onde os negócios também são afetados pela manutenção de incertezas na política.

No final da tarde, o presidente do Fed norte-americano, Jerome Powell, acalmou o mercado ao afirmar que, embora o impacto da variante delta sobre a economia ainda não esteja claro, a pandemia deve continuar presente por mais tempo, alertando para a necessidade da vacinação e o processo de retomada gradual da economia

“A fala deu um alívio para os mercados e fez o próprio Ibovespa rapidamente subir mil pontos. O posicionamento revela que Powell segue cauteloso sobre a recuperação da economia e não deve forçar a retirada de estímulos como vinha sendo precificado pelo mercado”, comenta Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.

Entre os destaques do pregão, Yduqs disparou 6,23%, após reversão de resultado negativo sofrido no segundo trimestre do ano passado, com lucro líquido de R$ 116,5 milhões para o trimestre de abril a junho de 2021, em desempenho apoiado em um melhor faturamento e medidas de cortes de custos.

Cemig PN avançou 2,81%, na esteira de lucro líquido de R$ 1,94 bilhão no segundo trimestre de 2021, alta de 80% em relação a igual período do ano passado, apontando resultados positivos tanto nas operações de geração e transmissão quanto de distribuição.

Já IRB Brasil caiu 3,66%, tendo atingido mínima histórica no pior momento, afetada por prejuízo de R$ 206,9 milhões no segundo trimestre, menor do que a perda de R$ 656,7 milhões um ano antes, mas revertendo o lucro líquido de R$ 50,8 milhões no primeiro trimestre.

O que aconteceu com o dólar? O dólar à vista fechou em leve queda nesta terça-feira, influenciado por vendas após a cotação superar o patamar psicológico de R$ 5,30 e também por um ajuste depois da arrancada no fim da sessão da véspera.

Assim, a cotação no mercado doméstico escapou de uma contaminação mais direta do clima de aversão a risco no exterior, onde o dólar subia de forma generalizada e as bolsas de Nova York caíram perto de 1%.

No Brasil, o dólar à vista perdeu 0,20%, a R$ 5,267. A moeda trocou de sinal várias vezes durante o pregão e variou de R$ 5,305 (+0,45%) a R$ 5,2367 (-0,84%).

Maiores altas:

Yduqs (+6,23%)

Cemig (+2,81%)

Ultrapar (+2,16%)

Maiores baixas:

Locaweb (-6,91%)

Embraer (-6,63%)

Usiminas (-5,09%)

Com a Reuters