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Reprodução/Flickr Senado
Reprodução/Flickr Senado

Nesta quinta-feira (19), a CPI da Covid ouve Francisco Maximiano, sócio-proprietário da Precisa Medicamentos. A empresa representou no Brasil o laboratório indiano Baraht Biotech, fabricante da Covaxin, e estaria envolvida em irregularidades no processo de compras da vacina pelo Ministério da Saúde. O depoimento está marcado para as 9h30.

A Covaxin foi a vacina mais cara negociada pelo governo brasileiro - US$ 15 a dose, e o contrato previa a aquisição de 20 milhões de doses, num total aproximado de R$ 1,6 bilhão, com a conversão da época.

O tema entrou na mira da PF (Polícia Federal) e da CPI depois que o servidor Luis Ricardo Miranda, chefe da Divisão de Importação do Departamento de Logística da pasta, denunciou que estava sendo pressionado para liberar a importação. Ele é irmão do deputado Federal Luis Miranda (DEM-DF), e ambos já depuseram à comissão. Na ocasião, os irmãos disseram ter avisado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a suspeita de corrupção e fraude na contratação.

Depois que as suspeitas tornaram-se públicas, o contrato foi cancelado pelo Ministério da Saúde, e a Bharat Biotech rompeu com a Precisa em julho. 

O requerimento para a oitiva é do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que diz ser imprescindível esclarecer os exatos termos das tratativas entre a Precisa Medicamentos e o governo federal para aquisição da Covaxin.

O depoimento de Maximiano já foi adiado por quatro vezes. A primeira tentativa para ouvi-lo ocorreu em 23 de junho, mas os advogados avisaram na véspera que ele estava em quarentena, após retornar da Índia.

O compromisso foi remarcado para 1º de julho, mas foi adiado, uma vez que, no dia anterior, ele conseguira um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) concedendo-lhe o direito de ficar em silêncio para não se incriminar.

O empresário seria ouvido também em 14 de julho, junto com a diretora-técnica da empresa, Emanuela Medrades, mas o comando da CPI decidiu que não seria possível ouvir os dois no mesmo dia.

Outro agendamento ocorreu para o dia 4 de agosto, logo na volta do recesso parlamentar, mas o empresário pediu a mudança de data porque novamente estava na Índia. Ele havia embarcado antes de ser notificado pela comissão, que optou por não tomar nenhuma medida. A direção da CPI chegou a avaliar o pedido de prisão de Maximiano, mas desistiu da ideia.

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