Talibãs matam parente de jornalista de emissora alemã no Afeganistão
Jornalista trabalha para a Deutsche Welle (DW). Segundo o canal público de televisão alemão, caso expõe repressão à imprensa por parte do grupo extremista
20/08/2021 08h27
Talibãs mataram a tiros o parente de um jornalista que trabalha para a Deutsche Welle (DW) no Afeganistão e era procurado pelos militantes, informou o canal público alemão em seu site nesta sexta-feira (20).
Um outro familiar do jornalista, que não teve a identidade revelada e agora está na Alemanha, ficou gravemente ferido. Vários parentes conseguiram fugir enquanto os talibãs seguiam de porta em porta.
"O assassinato de um parente de um de nossos editores pelos talibãs ontem (quinta-feira) é incrivelmente trágico e ilustra o grave perigo em que se encontram todos os nossos funcionários e suas famílias no Afeganistão", afirmou Peter Limbourg, diretor geral da DW, em um comunicado.
"Está claro que os talibãs estão executando operações organizadas de busca de jornalistas, tanto em Cabul como nas províncias. O tempo está acabando", declarou.
A DW informou que os talibãs compareceram às residências de pelo menos três jornalistas da emissora. O canal e outros meios de comunicação da Alemanha pediram ao governo de Berlim que atuem rapidamente para ajudar seus funcionários afegãos.
Apesar da tentativa inicial do Talibã de tentar passar uma imagem menos radical, ao iniciar uma campanha de Relações Públicas e prometer respeitar a liberdade de imprensa, além de perdoar todos os opositores, militantes do grupo extremista têm intensificado a busca por pessoas casa a casa, segundo documento confidencial da ONU (Organização das Nações Unidas).
O jornal The New York Times revelou na quinta-feira (19) que o documento apontava ameaças de matar ou prender familiares caso os alvos não fossem encontrados (exatamente como ocorreu com o parente do jornalista).
O documento e a execução contradizem diretamente as garantias públicas do grupo extremista de que não buscaria vingança.
Os alvos são pessoas que os talibãs acreditam terem trabalhado para forças de segurança dos Estados Unidos e da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e entidades internacionais, segundo o relatório de inteligência da ONU divulgado pelo jornal norte-americano.
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