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Reprodução/Flickr Senado
Reprodução/Flickr Senado

Nesta terça-feira (24), a CPI da Covid ouve Emanuel Catori, sócio da Belcher Farmacêutica, sediada no Paraná. A empresa atuou como intermediária do laboratório chinês CanSino na negociação com o Ministério da Saúde pelo fornecimento de 60 milhões de doses da vacina Convidencia ao custo de R$ 5 bilhões.

A exemplo de outros depoentes que compareceram à comissão do Senado, Catori obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de não responder a perguntas que possam incriminá-lo.

A CPI já aprovou a quebra de sigilo fiscal, bancária, telefônica e telemática do empresário.

Senadores veem semelhança na atuação da Belcher com a da Precisa Medicamentos, que representou um laboratório indiano na venda da vacina Covaxin e está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público sob suspeita de irregularidades.

O colegiado também busca apurar se há relação entre a Belcher com empresários bolsonaristas e com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). A empresa tem sede em Maringá, reduto político do parlamentar.

Questionado sobre sua relação com Emanuel Catori e com a empresa, Barros admitiu conhecer um dos sócios, cujo pai atuou em sua gestão quando ele era prefeito de Maringá, mas negou que tenha participado de reuniões no Ministério da Saúde para facilitar a venda da vacina para a pasta.

“Eu não facilitei, não participei. Eventualmente, se solicitado, posso ter buscado auxiliar não só a Belcher, mas todos os que me procuraram. Todas as pessoas que me procuraram pra vender equipamento de proteção, pra vender vacina, pra vender qualquer coisa ao ministério ou para tentar uma parceria pra trazer a sua tecnologia pro Brasil”, disse Ricardo Barros em seu depoimento no dia 12 de agosto.

A Belcher também é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal na Operação Falso Negativo por suspeitas de superfaturamento na compra de testes rápidos para a Covid-19.

A convocação de Catori foi requerida pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Para o senador, o depoente terá que esclarecer “os detalhes das negociações para a venda da vacina chinesa Convidecia”. De acordo com Randolfe, Catori “fez transmissões online com os empresários Luciano Hang e Carlos Wizard para tratar da venda da vacina para o Brasil”.

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