No Linhas Cruzadas desta quinta (26), o filósofo Luiz Felipe Pondé e a jornalista Thaís Oyama discutiram a obra e o legado do escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues.
"O Nelson dizia que ele tinha permanecido a vida inteira sendo uma espécie de repórter policial. Como ele começou a carreira no jornal do pai, como repórter policial, e ele tinha permanecido assim porque na verdade ele escrevia sobre amor e morte. A obra dele inteira era sobre amor e morte", refletiu Pondé.
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"Ele era um verdadeiro anatomista da alma, no sentido de dissecar. E na época em que ele vivia, você ainda conseguia fazer iss, de uma forma. Hoje, você tem mais medo de fazer isso, porque hoje se mente mais", completou.
Autor do livro A Filosofia da Adúltera, fortemente inspirado na obra de Rodrigues, Pondé falou também sobre os diferentes arquétipos presentes no trabalho do escritor. "A adúltera é uma espécie de arquétipo - tem a prostituta também, a prostituta também é uma figura semelhante é na obra dele. A matriz é bíblica, na verdade. O Nelson tem uma uma cultura de um cristianismo poderoso embaixo da obra dele, de uma influência popular de herança bíblica, em que a figura da mulher - o homem também funciona - mas, no caso da mulher, aquela que é vista como não virtuosa é sempre aquela pecadora do sexo. Então, a adúltera ou a prostituta são o exemplo da mulher que carrega o pecado do mundo nas costas", continuou.
Veja o trecho:
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Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
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