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Linhas Cruzadas analisa impacto geopolítico do retorno do Talibã ao Afeganistão

Tema foi pauta do programa desta quinta (2), com Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama; veja a edição na íntegra


02/09/2021 22h45

Grupos extremistas religiosos e o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão entraram em pauta no Linhas Cruzadas desta quinta (2), com o filósofo Luiz Felipe Pondé e a jornalista Thaís Oyama

Para discutir o assunto, o programa teve a participação do professor de Relações Internacionais Carlos Gustavo Poggio.  "Um fator fundamental para a gente levar em consideração ao analisar saída dos Estados Unidos do Afeganistão é o diferente contexto geopolítico que nós nos encontramos hoje com relação ao ano de 2001, 20 anos atrás, quando os Estados Unidos invadem o Afeganistão para derrubar o governo do Talibã. Há 20 anos, os Estados Unidos eram praticamente a única grande potência do sistema internacional, não tinha nenhum desafiador à altura, estava no auge do seu poder", explicou o especialista.  

"Hoje, nós temos uma situação muito distinta. Temos uma disputa geopolítica bastante evidente entre os Estados Unidos e a China, disputa essa que se agravou em meses e anos recentes, então essa é uma questão que muda completamente o contexto. Esta saída dos Estados Unidos, da forma como aconteceu, cria um problema muito grande numa uma questão que às vezes intangível nas relações internacionais que não são necessariamente questões ligadas ao poder material, mas são questões imateriais e intangíveis, como por exemplo o prestígio", continuou.

Leia também: Linhas Cruzadas | Pondé explica raízes cristãs do conceito de fundamentalismo

Pondé complementou a análise de Poggio, falando sobre a posição do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em relação à situação no Afeganistão e as relações com a China: "O Biden foi eleito se achando que ele ia falar da paz com a China. Pelo contrário, continua com a mesma doutrina do Trump, fazendo mise en scene, mas continua agressivo com a China. Ele nessa situação agora, depois do ataque que aconteceu do Estado Islâmico de lá, que é, digamos assim, mais radical do que o Talibã, de repente o Biden é obrigado a trabalhar junto com o Talibã no combate ao terrorismo".

"Acho que isso seria importante para as pessoas pararem de olhar política e geopolítica como uma brincadeira de bem versus o mal. Geopolítica é política real, é interesse. Inclusive interesses imateriais, prestígio", completou. 

Leia também: Thaís Oyama relembra visita ao Afeganistão no Linhas Cruzadas

Veja o trecho:


Assista ao programa na íntegra:

Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.

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