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Governo Bolsonaro deixa vencer R$ 243 milhões em vacinas, testes e remédios

Durante a pandemia, foram perdidos cerca de 2 milhões de exames RT-PCR para Covid-19, avaliados em mais de R$ 77 milhões; itens serão incinerados


06/09/2021 11h37

O Ministério da Saúde deixou vencer um estoque de medicamentos, vacinas e outros itens que são avaliados em mais de R$ 240 milhões. Os lotes, que se encontram no cemitério de insumos do SUS, em Guarulhos (SP), serão incinerados. Os dados são do jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso a uma tabela da pasta.

São 3,7 milhões de itens que começaram a vencer há mais de três anos, a maioria durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A lista de produtos vencidos inclui, por exemplo, 820 mil canetas de insulina, suficientes para 235 mil pacientes com diabetes durante um mês, no valor de R$ 10 milhões.

No levantamento também consta a perda de frascos para aplicação de 12 milhões de vacinas para gripe, BCG, hepatite B (quase 6 milhões de doses), varicela, entre outras doenças, no momento em que despencam as taxas de cobertura vacinal no Brasil. Só esse lote é avaliado em R$ 50 milhões.

Os produtos vencidos também seriam destinados a pacientes do SUS com hepatite C, câncer, Parkinson, Alzheimer, tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide, transplantados e problemas renais, entre outras situações.

Também foram perdidos cerca de 2 milhões de exames RT-PCR para a Covid-19, avaliados em mais de R$ 77 milhões.

O Ministério da Saúde também guarda cerca de R$ 345 mil em produtos perdidos dos programas de DST/Aids, principalmente testes de diagnóstico, além de R$ 620 mil em insumos para prevenção da malária.

Dados internos do governo mostram que devem ser incinerados mais de R$ 32 milhões em medicamentos comprados por ordem da Justiça. A maior parte desses fármacos é de alto custo e para tratamento de pacientes de doenças raras.

No meio desse estoque, há um frasco-ampola de nusinersena, avaliado em R$ 160 mil, e 908 frascos de eculizumab, que custaram R$ 11,8 milhões. São medicamentos usados em dois dos tratamentos mais caros existentes.

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