Em seu primeiro pronunciamento após as manifestações pró-Bolsonaro da última terça (7), nas quais o próprio presidente repetiu ataques ao Judiciário e ao sistema eleitoral, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) pediu pacificação política.
“A Câmara dos Deputados apresenta-se hoje como um motor de pacificação. Na discórdia, todos perdem, mas o Brasil e a nossa história tem ainda mais o que perder. Nosso país foi construído com união e solidariedade e não há receita para superar a grave crise socioeconômica sem estes elementos”, afirmou, em um vídeo com pouco mais de quatro minutos (veja abaixo).
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Lira não citou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que convocou, participou e discursou nos atos de São Paulo e Brasília, mas enalteceu o que classificou como "brasileiros que foram às ruas de modo pacífico".
No discurso na Av. Paulista, Bolsonaro acirrou as tensões entre os Poderes ao repetir falas contra as eleições, que classificou como "farsa", e atacar o Supremo Tribunal Federal, em especial o ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou que não cumprirá decisões do magistrado, que também chamou de "canalha", além de dizer que "nunca será preso".
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Responsável por decidir pela abertura ou não dos pedidos de impeachment de Bolsonaro, Lira não mencionou o tema no pronunciamento, e reforçou que as eleições de 2022 são um "compromisso inadiável e inquestionável": "São as cabines eleitorais, com sigilo e segurança, em que o povo expressa sua soberania. Que até lá tenhamos todos serenidade e respeito às leis".
"Conversarei com todos, e com todos os poderes. É hora de um basta a essa escalada em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade", completou.
Assista ao pronunciamento:
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