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Crianças e adolescentes se tornam cada vez mais digitais e cuidado deve ser redobrado

Segundo especialista, o uso de forma intuitiva possibilita resultados positivos, mas também pode gerar dependência e riscos à segurança de toda a família


14/09/2021 21h32

De acordo com o estudo “Crianças Digitais”, 73% das crianças brasileiras ganham um smartphone ou tablet antes de completarem os 10 anos de idade.

Realizado pela empresa de cibersegurança Kaspersky e pela consultoria de pesquisa CORPA, ele também revela que, em relação a outros países como o Peru e o México, Brasil tem os pais que menos têm acesso às senhas das redes sociais dos filhos.

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Em entrevista ao site da TV Cultura, Silvia Visani, diretora de inteligência de dados e membro do Comitê de Mulheres da Dentsu International Brasil, explicou que a idade mínima para ingressar nas redes sociais é 13 anos. “Muitas crianças iniciam a gestão dos seus perfis bem antes disso e, nesse contexto, fica 100% a cargo dos pais entender a necessidade e acompanhar de perto, uma vez que estão fora do recomendado”, afirmou.

Exposição

Segundo ela, a exposição de crianças está diretamente ligada à intimidade da família: “Expor excessivamente de forma pública é se esquecer dos riscos de assalto, pedofilia e até mesmo sequestros”.

O ideal é pensar no equilíbrio das publicações na internet, ou seja, compartilhar momentos em família, utilizar perfis fechados e sem expor a criança à nudez, até mesmo quando são bebês.

Visani ainda ressaltou que fotos e vídeos também podem ser guardados em arquivos pessoais, como a galeria do próprio celular, já que as redes sociais também apresentam riscos de invasão e perda de dados.

No contexto pandêmico, o que já era digital se tornou ainda mais, seja o convívio com a família e amigos, o entretenimento e o período escolar. “Houve um crescimento enorme no consumo e produção de conteúdo, e a partir disso, surgiram conteúdos interessantes e criativos, assim como assuntos constrangedores”, disse a especialista.

Privacidade nas redes

A geração atual e as próximas já apresentam um domínio do conteúdo e funcionamento das plataformas e aparelhos digitais. O uso de forma intuitiva possibilita resultados positivos, mas também pode gerar dependência, o que alerta para questões psicológicas e de desenvolvimento social.

Com o intuito de proteger seus usuários, as plataformas atualizam constantemente políticas de privacidade, principalmente em relação a menores de 16 anos. As regras de modo privado automático são um exemplo: Quando o perfil é aberto, a máquina aprende a identificar a idade real do usuário e algum tipo de abordagem inadequada de adultos. A mesma tecnologia pode autorizar a plataforma a bloquear e/ou remover contas de perfis identificados abaixo da idade informada no cadastro.

Recentemente, a Apple divulgou um novo sistema para identificar conteúdos que contenham imagens de abuso infantil. No app de mensagens, por exemplo, o aplicativo irá adicionar ferramentas para alertar as crianças e seus pais ao receber ou enviar fotos sexualmente explícitas.

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Orientação familiar

Os pais são um espelho para os filhos, o principal incentivo sempre vem do exemplo, então cabe a eles orientarem sobre os riscos.

Para Visani, a dica principal para seguir ao ter uma criança ou adolescente que utiliza as redes sociais é ser próximo, conversar, participar e orientar. “Não há sistema de privacidade que as crianças de hoje não sejam capazes de driblar. Bloquear conteúdo só gera mais interesse e busca através dos amigos. Entender o motivo do interesse e participar do que ele está buscando é a melhor forma de mantê-los orientados e ajudá-los a olhar de forma correta”, concluiu.

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