O filósofo Luiz Felipe Pondé falou no Jornal da Cultura da última quinta-feira (14) sobre a polêmica ao redor do ENEM. Considerando as desigualdades na educação agravadas pela pandemia, Pondé defendeu o adiamento do exame.
Pondé teceu duras críticas ao Ministério da Educação, chefiado por Abraham Weintraub, considerado por ele um dos piores do governo Bolsonaro: "é um horror", dispara. O ministro tem defendido a manutenção da prova na data prevista, e justificou sua posição dizendo que o preparo para o exame está "difícil para todo mundo".
"Se você pensa em jovens que estudam em escola pública, por exemplo, muitas vezes eles não têm computador, não têm ambiente dentro de casa, não têm espaço, não têm livro. Isso dificulta o repertório", argumentou o comentarista.
"Os alunos, se não for adiado, deviam simplesmente boicotar o ENEM. [...] Se não for adiado, ninguém vai. Não aparece. As escolas apoiam e ninguém vai. E deixa o ENEM sozinho para o Weintraub, para ele fazer. Provavelmente ele vai 'bombar'", conclui.
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