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Autor de literatura infantil alerta pais sobre criação dos filhos: “Não terceirize para a escola"

No Opinião desta quarta (13), Ilan Brenman ressaltou os prejuízos da ausência da família na educação das crianças


13/10/2021 22h45

Em edição especial sobre o Dia das Crianças, o Opinião desta quarta-feira (13) discutiu os desafios da criação dos pequenos. No programa, a psicanalista e escritora Elisama Santos e o educador e escritor Ilan Brenman ressaltaram o papel dos pais na educação dos filhos e os prejuízos de se atribuir a tarefa totalmente às escolas.

De acordo com Santos, a demanda excessiva por produtividade no mercado de trabalho tem afastado cada vez mais os adultos da rotina de aprendizado das crianças. A psicanalista alertou sobre o valor da participação da família na criação dos pequenos para seu desenvolvimento.

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“Estamos inseridos em uma sociedade que cobra de nós muita produção. Nesse conceito individualista, [perdeu-se a noção da necessidade] que essa criança tem de se perceber como alguém importante dentro da comunidade, da responsabilidade social do educar”, analisou.

Além disso, Brenman criticou o ato de ‘terceirizar’ a criação dos filhos e destacou a imagem de exemplo que os pais involuntariamente têm para as crianças. Diante disso, o educador salientou que o ambiente doméstico, de convívio com a família, influencia o comportamento dos pequenos e que, portanto, o aprendizado também é construído dentro de casa.

“Os pais têm que saber que eles são modelos de tudo. [...] Quer ensinar tolerância e paz para o seu filho? Seja tolerante e pacífico na sua casa, respeite o seu companheiro e a sua companheira, mostre respeito pelos mais velhos em casa. Não terceirize para a escola nem para os livros”, frisou.

Santos complementou Brenman, ao revelar que já foi solicitada por alguns pais para ensinar seus filhos a serem antirracistas. Segundo a psicanalista, não adianta somente apresentar literatura e outros conteúdos com personagens negros, quando os próprios adultos não consomem obras com tal temática e não se envolvem com essa parcela da população.

“Eu pergunto ‘quantos autores negros você tem na sua estante? Quantos intelectuais negros você busca para se informar? Onde estão os negros na sua convivência? Por que você acha que o teu filho e a tua filha estão apartados do teu mundo?’ A gente quer moldar a criança como se ela não estivesse enxergando o que nós fazemos diariamente”, finalizou.

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Assista ao programa na íntegra:


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