O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou ao país após viagem a Itália e fez criticas a participação da líder indígena Txai Suruí durante conversa com apoiadores nesta quarta-feira (3). Ele disse que o discurso foi para “atacar o Brasil”.
"Estão reclamando que eu não fui para Glasgow. Levaram uma índia, para substituir o [cacique] Raoni, para lá para atacar o Brasil. Alguém viu algum alemão atacando a energia fóssil da Alemanha? Alguém já viu atacando a França porque lá a legislação ambiental não é nada perto da nossa? Ninguém critica o próprio país. Alguém viu o americano criticando as queimadas lá no estado da Califórnia. É só aqui”, disse o presidente.
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Suruí teve uma participação histórica na discursar na abertura da COP26. Diante das principais lideranças mundiais, ela defendeu a participação dos povos indígenas nas decisões da cúpula do clima. Além disso, ressaltou os efeitos do aquecimento global nas comunidades e lembrou de assassinatos de defensores do meio ambiente.
"Enquanto vocês estão fechando os olhos para a realidade, o guardião da floresta Ari Uru-Eu-Wau-Wau, meu amigo de infância, foi assassinado por proteger a natureza. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui”, disse a indígena em seu discurso.
Histórico de Bolsonaro com lideranças indígenas
Txai é filha de Almir Suruí, uma das principais lideranças indígenas do Brasil e oposicionista de Jair Bolsonaro. Devido a criticas feitas ao governo longo, ele foi perseguido.
Na Assembleia-Geral da ONU de 2019, Bolsonaro fez criticas a outra liderança indígena, o cacique Raoni Metuktire, que também é contrário ao governo federal.
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