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O mundo está preparado para o chamado metaverso? O programa Opinião desta quarta-feira (26) debate o tema e aponta o que as pessoas podem esperar da integração do mundo físico com o universo virtual em um futuro próximo.

O advogado Rafael Zanatta, diretor da associação Data Privacy Brasil, explica que o termo ainda é uma projeção conceitual. “O que se projeta é uma integração entre o mundo físico e o mundo virtual, conectando o que hoje compreendemos como realidade aumentada ou expandida, e universos 2D e 3D”, diz.

Para ele, as repercussões mais práticas sobre a realidade virtual se dão no entretenimento, como jogos de imersão e de colaboração, mas também é uma forte aposta das empresas para a forma como as pessoas vão trabalhar no futuro.

“Estaremos em nossas casas, interagindo com colaboradores e chefes por meio de avatares e escritórios virtuais projetados”, exemplifica Zanatta.

André Lemos, engenheiro e doutor em sociologia, destaca que o metaverso surgiu no livro de ficção científica Snow Crash (Nevasca), de 1992, escrito por Neal Stephenson. Mas hoje em dia, segundo ele, essa tecnologia saiu da ficção e passou a fazer parte do universo 3D dos games, por exemplo.

“O Roblox, o Minecraft e o Fortnite já estão utilizando essa tecnologia. Nesse sentido, é interessante que o jogador possa pilotar um avatar em um mundo construído por computador para determinadas ações”, comenta.

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Mas será que o metaverso será uma realidade para todos? Segundo Zanatta, isso ainda está longe de acontecer. O advogado cita que ainda existem quase três bilhões de pessoas (37% da população mundial) que nunca usaram a internet por falta de acesso adequado, conforme mostram dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

“Às vezes, as pessoas entendem que todo mundo está conectado ou tem computador ou celular em casa, mas essa não é a realidade. O acesso à internet, que deveria ser um direito básico, ainda é muito precário para populações socioeconomicamente vulneráveis”, conta.

André Lemos, que também professor do programa de pós-graduação em comunicação e cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), complementa afirmando que o metaverso não será uma opção para todas as pessoas no futuro.

Ele compara a situação vivida durante o início da pandemia do novo coronavírus, quando uma parcela da população pôde ficar em casa e fazer as atividades (trabalho, educação e lazer) remotamente, enquanto outra parte não tinha uma moradia confortável ou acesso à internet de qualidade para isso.

“O metaverso é uma terra para poucos. Quem poderá ter boas conexões e comprar os equipamentos [necessários para entrar neste universo]?”, questiona o doutor em sociologia.

Com apresentação de Andresa Boni, o Opinião vai ao ar às 22h30, na TV Cultura.

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