A Polícia Federal (PF) realizou nesta terça-feira (22) uma operação que apura o superfaturamento na venda de ventiladores pulmonares para o governo de São Paulo durante a pandemia da Covid-19.

As investigações apontaram um sobrepreço estimado em R$ 63 milhões, além de direcionamento indevido do dinheiro. Ao todo, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em empresas suspeitas nas cidades de São Paulo e Porto Feliz, no interior paulista, além de Rio de Janeiro e Brasília. Foram apreendidos computadores, celulares e documentos.

Segundo a PF, as pessoas investigadas são Basile George Pantazis, Fabiano Kempfer e Paulo Victor Wittacker de Moraes. Moraex Plus Assessoria em Cobrança Empresarial Ltda e a Hichens Harrison são as empresas que estariam envolvidas.

Leia também: Brasil registra média de casos de Covid-19 abaixo de 100 mil pela 1ª vez depois de 32 dias

A defesa de Basile George, que é feita pelo advogado Daniel Gerber, afirmou que “todo o procedimento na aquisição dos respiradores por parte do Governo do Estado de São Paulo e em relação ao seu cliente foi exaustivamente analisado pelo Ministério Público Estadual e pela Corregedoria do Estado de São Paulo. A conclusão foi pela completa regularidade da aquisição dos equipamentos”.

De acordo com a investigação, a gestão paulista adquiriu 1.280 ventiladores pulmonares fabricados na China de uma empresa estrangeira, mas com sócios brasileiros. Ela teria sido escolhida por dispensa de licitação e pelo valor de US$ 44 milhões (R$ 242,2 milhões na cotação) em abril de 2020.

A PF também suspeita de lavagem de dinheiro por meio de uma empresa intermediária, que recebia os valores do governo contratante, enviava uma parcela para pagamento de vantagens indevidas, e outra parcela para pagamento do fornecedor do produto.

A Secretaria de Estado da Saúde emitiu uma nota após o início das buscas e informou que está à disposição para prestar qualquer esclarecimento. Além de garantir que irá colaborar com as investigações.

"A compra dos respiradores foi essencial no início da pandemia e fundamental para salvar vidas, em um momento de inércia do Governo Federal.

A empresa conseguiu liminar na Justiça para assim proceder. A aquisição cumpriu as exigências legais e aos decretos estadual e nacional de calamidade pública e todos os esclarecimentos têm sido devidamente prestados aos órgãos de controle", informa o comunicado.

Leia também: Brasil aplica primeiras doses da vacina contra Covid-19 produzida 100% no país