19,9% das mulheres ganharam menos que os homens no mercado de trabalho em 2021, diz pesquisa
Profissionais do sexo feminino ganharam 36,4% a menos em relação a trabalhadores do sexo masculino com o mesmo grau de ensino
08/03/2022 13h33
Um levantamento feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que as mulheres ganharam 19,9% a menos do que os homens no mercado de trabalho em 2021. A diferença salarial era maior em profissionais com mais anos de instrução.
Entre os trabalhadores com ensino superior completo, as mulheres ganhavam 36,4% menos do que os homens com o mesmo grau de ensino.
No ano passado, elas tiveram um rendimento médio habitual de R$ 2.255, enquanto os homens acumularam R$ 2.815. Ao analisar os trabalhadores ocupados que concluíram o ensino superior, a renda passa para R$ 6.647 entre o sexo masculino e R$ 4.228 para o feminino.
O estudo da FGV foi desenvolvido a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Nas faixas de salários baixos, nós temos menos desigualdade quanto à participação de homens e mulheres, mas quando você analisa o topo da distribuição (de renda), ele é composto predominantemente por homens”, afirmou Janaína Feijó, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
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No quarto trimestre de 2021, dos 10% de brasileiros mais bem remunerados, apenas 35% eram mulheres, enquanto os outros 65% eram compostos de homens. Entre os com rendimento mais baixos 55% eram do sexo feminino e 45% masculino.
Já com rendimento mais baixos, o equivalente sobe para 72% e 28%, respectivamente. Em contrapartida, os bem remunerados, chegaram a 28% e 72%, respectivamente.
“Nas faixas mais altas de salários, as mulheres passam a estar mais sub-representadas”, completou a pesquisadora.
A diferença salarial continua gritante entre mulheres e homens que atuam na mesma profissão, dentro de cargos de chefia as mulheres ainda são minorias.
De 2020 para 2021, a taxa de desemprego foi de 13,74% para 13,20%. A melhoria foi puxada exclusivamente por homens, que foi de 11,82% para 10,71%. Já entre as mulheres houve piora de 16,26% para 16,45%.
O resultado mostra que elas ainda se encontram em situações críticas dentro do mercado de trabalho. Embora o desemprego feminino tenha sido superior ao dos homens desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012, a diferença foi gritante em 2021, e atingiu um patamar de 5,74 pontos percentuais.
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