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Reprodução: Tv Cultura
Reprodução: Tv Cultura

No Estação Livre desta semana, Cris Guterres recebeu Jaque Conceição, psicanalista e antropóloga, e o massoterapeuta Dimas Reis para falar sobre saúde e bem-estar.

O programa debateu a saúde mental da população negra, que, segundo pesquisa de 2019 do Ministério da Saúde, tem 45% mais chances de cometer suicídio.

Segundo Jaque, a população periférica não tem acesso aos principais fatores de cuidado psicológico por conta do racismo.

“O racismo impede o acesso à alimentação, devido à questão econômica, impede o acesso a profissionais que vão cuidar dessa saúde. Tem um sistema dentro de uma sociedade racialmente organizada, como a nossa, que vai mapeando o acesso a esses lugares”, explicou a psicanalista.

Dimas tem um projeto na Brasilândia para cuidar justamente da saúde mental da população periférica. Ele contou um pouco mais sobre o trabalho:

“Há quatro anos, a gente tem um espaço físico pensado na complexidade deste assunto. Tem que ter um acolhimento terapêutico, espaço para a dança, para alimentação com um projeto de agricultura urbana. A pessoa vem para assistir uma atividade cultural e relaxar ou só para passar tempo, ficar em um ambiente arborizado.”

Cris Guterres perguntou para Jaque se existe uma receita para não atingirmos os extremos do nosso psicológico. A antropóloga explica as dificuldades para os mais pobres em atingir um equilíbrio.

“A população periférica vive sempre nos extremos. O que supostamente não é normal, na nossa experiência é [...] Ou a gente está vivendo um processo coletivo de adoecimento mental, o que é mais provável, ou existem níveis de suportabilidade, dessa angústia do dia a dia. As pessoas negras entenderem que o racismo vai adoecer-las ao longo da vida seria a fórmula da paz”, afirmou.

Veja o trecho completo:

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Assista ao programa na íntegra:

O programa Estação Livre é apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, considerada pela revista Forbes uma das criadoras de conteúdo mais inovadoras de 2020. Feita por uma maioria de mulheres pretas, a atração tem a missão de valorizar a cultura negra, a rica diversidade do Brasil e trazer a sociedade para repensar e ajudar a reconstruir um país mais justo para todos.