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“Yanomanis, diante de uma morte trágica, têm a cultura de queimar a aldeia e fugir”, explica Leão Serva

Jornalista explica os motivos da comunidade ter sido encontrada toda queimada e critica a falta de conhecimento do Estado brasileiro


05/05/2022 21h47

Os constantes avanços dos garimpeiros nas terras Yanomamis e o violência contra o povo vem chocando diversos brasileiros. O ápice foi após o relato é o de que uma menina Yanomami, de apenas 12 anos, morreu após ser estuprada.

Logo após esse crime, agentes públicos encontraram o local onde a comunidade ficava toda queimada e sem mais ninguém. O fato até gerou mobilização nas redes sociais com a hashtag: "CADÊ OS YANOMAMI”.

Para o jornalista Leão Serva, a série de agressões contra a comunidade indígena e a falta de habilidade em lidar com um local queimado mostra como o Estado brasileiro não aprende com os fatos e pouco conhece sobre as tradições e os costumes dos povos indígenas.

"Os indígenas Yanomani, diante de uma morte trágica, têm a cultura de queimar a aldeia e fugir para a selva levando as cinzas da pessoa assassinada", explicou.

Leia também: Aras afirma que MPF tem como prioridade esclarecer caso de estupro em Terra Yanomami

Ainda de acordo com os estudos do antropólogo francês Bruce Albert, que trabalha com os Yanomami do Brasil desde 1975, nos costumes desse povo os corpos devem ser cremados e chorados coletivamente por suas comunidades e as cinzas dos seus ossos conservadas para serem sepultadas ao longo de rituais coletivos de aliança da aldeia.

"O que é triste na história, é que o Estado brasileiro, evidentemente não indígena e com grande dose de racismo, esquece os fatos do passado", criticou Serva.

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