Concebida pelo filósofo francês Renaud Camus em 2012, a doutrina conspiratória de que a raça branca será extinta ultrapassou a fronteira do debate virtual entre nacionalistas brancos e passou a ser difundida por políticos, apresentadores e comentaristas da mídia conservadora dos Estados Unidos. De acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pela Associated Press, um entre três americanos corrobora a tese, isso constata indício de que ela não está mais confinada aos grupos extremistas.
No último sábado (14), o atirador Payton S. Gendron, de 18 anos, abre fogo e mata dez pessoas num supermercado em Buffalo, no estado de Nova York, nos Estados Unidos. A maioria das vítimas eram negras. O atirador usou táticas utilizadas nos massacres perpetrados por Brenton Tarrat, em duas mesquitas na Nova Zelândia, ou por Patrick Wood, num supermercado em El Paso, no Texas, para citar alguns de seus modelos.
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Fortemente armado com fuzil e equipamento militar é descrito pelas autoridades como um supremacista branco com motivações racistas. O pensamento violento e a facilidade no acesso às armas no país potencializa o discurso racista. Esta combinação letal, como resumiu a governadora de Nova York, Kathy Hochul, precisa ser combatida e regulada por leis que controlem a venda de armas e o compartilhamento online de informações de ódio. Até agora, no entanto, as duas batalhas se mostram vencidas, e o radicalismo ganha terreno.
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