Jair Bolsonaro (PL) vetou integralmente o projeto de lei que buscava a mudança do nome “Dia do Índio” para "Dia dos Povos Indígenas". A decisão foi publicada na edição desta quinta-feira (2) do Diário Oficial da União (DOU).

Ao alegar que "não há interesse público na alteração", o presidente da República também coloca que não há “fundamentos robustos para sua revisão”, uma vez que a Constituição Federal utiliza o termo “índios”.

Mas por que o termo correto é “Dia dos Povos Indígenas”?

O termo “índio”, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), surgiu de uma confusão cometida por Cristóvão Colombo, tido como “descobridor” das Américas. Ao chegar no continente ele acreditava estar, nas Índias, e por isso os povos que aqui habitavam foram genericamente nomeados “índios”.

Segundo Daniel Munduruku, doutor em Educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em linguística pela Universidade de São Carlos, em entrevista à BBC News, descreve que a palavra “índio” remete a estereótipos preconceituosos relacionados aos povos indígenas, como sendo uma pessoa selvagem. Ele também destaca que o termo adquiriu caráter pejorativo com o tempo, sendo associado à preguiça e atraso.

Além disso, ativistas e coletivos indígenas relatam que a data de 19 de abril, da forma como é celebrada hoje, reproduz estes estereótipos que foram e são lançados sobre os povos indígenas até hoje.

Por isso, o ideal é chamar a celebração de “Dia do Indígena’, “Dia dos Povos Indígenas'' ou até mesmo de “Dia da Diversidade Indígena”. Isso porque o termo "índio" além de reforçar um estereótipo de que todos os povos indígenas são todos iguais, reforça uma ideia de que são seres do passado ou selvagens. Tratar como Indígena valoriza a diversidade de culturas que há em todos os povos originários da população das Américas.

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