A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que vê “gravidade” nas denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma suporta interferência nas investigações de corrupção no Ministério da Educação. Diante desse cenário, ela enviou nesta terça-feira (28) um pedido de apuração do caso à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Vale ressaltar que o envio à PGR é praxe nesse tipo de caso, pois cabe ao Ministério Público analisar se há indícios para abrir uma investigação.
"Considerando os termos do relato apresentado e a gravidade do quadro narrado, manifeste-se a Procuradoria-Geral da República", escreveu a ministra em despacho.
A Polícia Federal investiga se pastores teriam intermediado a liberação de recursos do MEC. Na última semana, o ex-ministro Milton Ribeiro foi preso, mas foi solto após uma decisão da Justiça.
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Em uma interceptação telefônica feita pela própria PF, Ribeiro disse a uma filha que Bolsonaro havia lhe relatado "pressentimento" de que poderia ser usado para atingir o presidente.
"Hoje, o presidente me ligou. Ele está com um pressentimento novamente de que podem querer atingi-lo através de mim, sabe?. Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa, sabe? Bom, isso pode acontecer, se houver indícios, mas não há porquê”, disse Ribeiro.
Com base nessa e em outras gravações, o Ministério Público pediu autorização da Justiça para apurar se houve interferência de Bolsonaro nas investigações.
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