Hamilton Mourão se pronunciou nesta sexta-feira (1º) sobre o episódio de assédio sexual envolvendo Pedro Guimares, ex-presidente da Caixa Economica Federal. O vice-presidente da República disse que o economista “falhou feio”. A declaração ocorreu na chegada ao Palácio do Planalto.
“Em termos operacionais, o trabalho do Pedro foi muito bom, e a Caixa avançou bastante ao longo desses anos, mas, lamentavelmente, falhou nessa parte moral. E falhou feio”, disse Mourão.
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O general disse ainda que assédio é “a pior coisa que pode acontecer”.
“Eu sou militar. [Estou há] 46 anos dentro das Forças Armadas, que é onde a gente atua dentro de honra, lealdade integridade e probidade. Então, qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado é uma das piores coisas que pode acontecer. Isso não concordo em hipótese alguma. Ao longo da minha vida, se algum subordinado não estava atuando bem, eu sempre o chamei e procurei corrigir, e nunca assediá-lo. […]”, completou.
“Não é simples você trabalhar com pessoas, você tem que saber quais são os limites, principalmente quando você é chefe, né. Até onde você pode ter determinado relacionamento ou relação com seus subordinados, seja ele homem ou mulher. Então isso é uma questão de bom senso. Hoje, todas as empresas têm um decálogo em relação a esse comportamento que as pessoas têm de ter. Então, acho que é um episódio só, nada mais que isso”, acrescentou.
Apesar das denúncias, Pedro Guimarães não foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O economista pediu para ser exonerado. Mourão comentou sobre o caso e defendeu o chefe do Executivo.
“Quando você recebe qualquer denúncia, você primeiro chama a pessoa, conversa com ela, ouve o lado dela. É o famoso ‘contraditório e ampla defesa’. A partir do momento que eu acho que as justificativas que o Pedro deu ao presidente não foram aquelas que ele julgava pertinentes, o presidente deve ter dito pra ele: ‘por favor, peça pra sair’. Acho que foi isso que aconteceu”, apontou Mourão.
Entenda o caso
Pedro Guimarães entregou na quarta-feira (29) uma carta de demissão ao presidente Jair Bolsonaro. A decisão acontece após funcionárias da Caixa relatarem situações de assédio. O portal Metrópoles revelou as acusações de cinco funcionárias da empresa.
Na carta de demissão entregue a Bolsonaro, Guimarães ressaltou que “não pode prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral”.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga Guimarães após denúncias de assédio sexual de cinco funcionárias da empresa. O caso está sob sigilo.
Após exoneração, Daniella Marques assumiu presidência da Caixa. Daniella era secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia e era vista como “braço direito” do ministro da pasta, Paulo Guedes.
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