Daniella Marques tomou posse nesta terça-feira (5) como a nova presidente da Caixa Econômica Federal. A economista assume cargo após a exoneração de Pedro Guimarães e
o envolvido em denuncias de assédio sexual.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras autoridades estavam presentes no evento.
Daniella pediu que as denúncias envolvendo Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, sejam apuradas e esclarecidas.
“Acima de tudo, estou ciente que apesar do meu lugar de privilégio aqui hoje, existem inúmeras barreiras visíveis e invisíveis impostas a nós mulheres”, destacou. “A superação é importante para o banco, para as mulheres, para os nossos resultados e para a sociedade. Hoje estou presidente da Caixa, mas sou mãe, sou mulher. Agora sou uma integrante dessa grande família que faz a Caixa ser o que é: um banco de todos os brasileiros”, afirmou.
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“Começo a reescrever um novo capítulo na história de 161 anos da Caixa. Não vamos esperar os resultados das investigações [de assédio sexual e moral]. A partir de hoje, a Caixa será a mãe da causa das mulheres. Vamos promover as mulheres em todas as dimensões”, completou.
A nova presidente ainda pediu para que o caso contra Guimaraes seja esclarecido.
“Hoje é um dia muito importante para mim. É um dia de conscientização. Estou ciente dos desafios. Faço meu compromisso. Todas as providências serão tomadas. Tenho todo apoio para isso. Existem inúmeras barreiras impostas para nós mulheres. A superação é importante para o banco, para a sociedade”, destacou.
“Nossa ampla rede de atendimento vai nos ajudar a viabilizar e efetivar a implantação de ações de políticas que abordem a divulgação de canais de denúncia de violência doméstica, promoção do empreendedorismo feminino, educação financeira, combate a qualquer tipo de assédio. Vou dialogar com a Febraban e outros setores da sociedade. Vou convidar a todos que se juntem a nós nessa causa”, acrescentou no discurso.
Daniella entrou no governo em 2019 como chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do ministro da Economia. Também atuou por anos no mercado financeiro, na área de gestão independente de fundos de investimentos, acompanhada dele. Foi sua sócia na Bozano Investimentos, onde atuou como diretora de Compliance e Operações e Financeiras (COO e CFO).
Formada em Administração de Empresas pela PUC/RJ com MBA em Finanças pelo Ibmec, também foi diretora-executiva da Oren Investimentos na Mercatto Investimentos, diretora de Risco e Compliance, além de sócia e gestora de Renda Variável.
Em março deste ano foi chamada para discursar em um evento do Dia das Mulheres no Palácio do Planalto, em que esteve ao lado das então ministras Flávia Arruda, Tereza Cristina e Damares Alves, além da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Entenda o caso
Pedro Guimarães entregou na quarta-feira (29) uma carta de demissão ao presidente Jair Bolsonaro. A decisão acontece após funcionárias da Caixa relatarem situações de assédio. O portal Metrópoles revelou as acusações de cinco funcionárias da empresa.
Na carta de demissão entregue a Bolsonaro, Guimarães ressaltou que “não pode prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral”.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga Guimarães após denúncias de assédio sexual de cinco funcionárias da empresa. O caso está sob sigilo.
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