A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo IBGE, mostrou que as vendas no comércio varejista no país recuaram 1,4% na passagem de maio para junho.
É a segunda variação negativa consecutiva do setor, que acumula retração de 0,8% em dois meses, na comparação com o bimestre anterior. O resultado de junho traz a maior variação negativa para o comércio desde dezembro do ano passado, quando a queda foi de 2,9%.
No primeiro semestre do ano, há uma alta acumulada de 1,4% frente ao mesmo período de 2021, e, nos últimos 12 meses, perda de 0,9%.
Leia também: TCU entrega à Justiça Eleitoral lista com mais de seis mil nomes com contas julgadas irregulares
A retração na comparação com maio foi disseminada por sete das oito atividades investigadas pela pesquisa. Duas delas tiveram maior influência sobre o índice geral do varejo: tecidos, vestuário e calçados, com queda de 5,4%, e hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento que recuou 0,5% no período.
“A atividade de hiper e supermercados teve uma influência importante da inflação ao longo do primeiro semestre do ano. Entre abril e maio, houve variação de 4% na receita e de 1% no volume de vendas, indicador em que a pesquisa já desconta a inflação. De maio para junho, essa atividade teve queda de 0,5% no volume, mas variou 0,3% em receita. Isso significa que há amplitude menor da inflação, mas o suficiente para que o volume tivesse uma variação negativa, apesar de a receita ficar no campo positivo”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
O pesquisador também destaca o recuo do setor de tecidos, vestuário e calçados, que ainda segue 9,9% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020. A única atividade que cresceu frente ao mês anterior foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%).
Leia também: Maioria do STF vota a favor de reajuste salarial de ministros e juízes
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, veículos e materiais de construção, a retração no período foi de 2,3%. Tanto o setor de veículos e motos, partes e peças (-4,1%) quanto o de material de construção (-1,0%) recuaram.
REDES SOCIAIS