Fundação Padre Anchieta

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Flickr Foto: Alessandro Dantas
Flickr Foto: Alessandro Dantas

Ex-ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro e candidato à Câmara dos Deputados, Ricardo Salles se envolveu em mais uma polêmica na noite da última quinta-feira (1º). Na saída da Instituição ESPM, uma universidade privada que fica no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, o parlamentar atropelou um motoboy e saiu sem prestar socorro.

Salles era esperado do lado de fora do campus por um grupo de estudantes que protestavam contra a presença do bolsonarista na faculdade. A aluna de comunicação social e propaganda Beatriz Murer conta que a instituição não divulgou de maneira oficial o evento com o ex-ministro para os alunos. “Não divulgaram oficialmente. Ficamos sabendo através de fofocas na hora.”

O site da TV Cultura teve acesso a uma mensagem encaminhada nos grupos de alunos que seria uma espécie de “convite” para o evento.

“Pessoal, quinta das 19:30 às 22:00 vai ter um encontro com o Ricardo Salles, só entra com nome na lista e NÃO é um evento aberto, então não vai ter divulgação!! Se quiserem chamar alguém, essa pessoa tem que gostar do agronegócio e não pode comentar com terceiros! Lembrem, é bem EXCLUSIVO. Quem quiser me chama que eu coloco o nome na lista.”

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Beatriz afirma que a indignação dos alunos foi ainda maior porque o evento foi levado de modo praticamente sigiloso. "Eu e meus amigos ficamos chocados por aquilo estar acontecendo e ainda de forma ‘escondida", explica. Para ela, a manifestação “foi um posicionamento nosso tanto em relação a como os alunos se sentiram com a falta de honestidade do núcleo agro dentro da faculdade e repúdio aos atos, falas e atitudes do ex-ministro.”

A estudante questiona o fato de a universidade não tolerar propaganda política no ambiente do campus e permitir a presença de Salles com camisetas partidárias dentro da instituição. “O palestrante Ricardo Salles vestia camiseta partidária com seu rosto estampado junto ao de Bolsonaro. Além disso, seus acompanhantes vestiam a mesma camiseta com adesivos da campanha. Anteriormente, houve uma palestra de Michel Temer na ESPM, onde nos foi falado que era proibido qualquer tipo de manifestação política durante sua palestra. Acho conflitante e interessante a presença de políticos sempre de um mesmo viés na ESPM.”

Em relação aos atos de violência contra o veículo do parlamentar, a aluna conta que foram atitudes isoladas de “uma ou duas pessoas de mais de 50” presentes na manifestação. “Infelizmente algumas pessoas acabam expressando a indignação de forma física, jogando pedras no carro, por exemplo. Mas quando pensamos sobre a violência, não seria essa consequência incentivada pelos próprios atos de violência que o ex-ministro foi conivente com o nosso meio ambiente?”, questiona.

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Beatriz ressalta que não é possível afirmar que a ESPM compactua com as falas e visões de Salles, mas lembra que todos os eventos sediados pela instituição são previamente aprovados pelo Conselho e pelo presidente Dalton Pastore.

Dentro dos princípios institucionais da ESPM, dois dos valores pregados são “ética e verdade”. Entretanto, a aluna acredita que esse valor foi ferido pela universidade. “Essa situação expressa perfeitamente a instituição indo contra os próprios princípios. Falta de verdade na transparência do evento e falta de ética em concordar com a presença de alguém que falta com ambas, ética e verdade, no meio político”, pontua.

Em parecer enviado ao site da TV Cultura, a ESPM esclarece que é "uma instituição apartidária, que incentiva e defende a diversidade de ideias e opiniões". A ação foi promovida por núcleos de estudos formados por estudantes de seis universidades privadas de São Paulo.

Leia a nota na íntegra:

"A ESPM esclarece que na noite de 1 de setembro, cedeu um espaço dentro de um de seus campi para a realização de uma palestra-debate técnica sobre o tema “Sustentabilidade e Agronegócio”.

O evento foi promovido por núcleos de estudos formados por estudantes de seis universidades privadas de São Paulo. Entre os palestrantes-debatedores estava o ex-ministro Ricardo Salles.

O debate não foi uma iniciativa da ESPM e não contou com a participação de diretores ou de professores da escola.
A decisão de ceder espaço para núcleos de estudantes se deu por duas razões:

A ESPM acredita que a universidade seja, por excelência, o espaço de estudos e discussões eA escola entende que o tema “Agronegócio e Sustentabilidade” é de grande relevância para a sociedade brasileira.

A ESPM é uma instituição apartidária, que incentiva e defende a diversidade de ideias e opiniões"


Por meio das redes sociais, o Centro Acadêmico da ESPM também se manifestou.