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Reprodução/TV Cultura
Reprodução/TV Cultura

Faltando poucos dias para o bicentenário da independência do Brasil, o Estação Livre desta sexta-feira (2) discutiu como esse momento histórico foi construído e mostra novos pontos de vista sobre a data.

A apresentadora Cris Guterres, junto com a historiadora e escritora Ynaê Lopes dos Santos e o historiador Weber Lopes, contam como a população negra em diversos locais do Brasil foram importantes para a independência do país.

“Tivemos algumas revoltas com um caráter mais elitista, que seus protagonistas faziam parte das oligarquias, mas também tivemos um grande número de revoltas pensadas, gestadas e protagonizadas pelos sujeitos populares, que eram escravos africanos e os nascidos aqui, negros livres e libertos. Então, temos uma profusão de revoltas que mostram a multiplicidade que existia na época”, explica Ynaê.

Levando em consideração que muitos dos movimentos protagonizados pela população negra tinham como objetivo a abolição da escravatura, Lopes afirma que a independência comandada pela elite da época atrapalhou o fim da escravidão.

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“Na verdade, esse evento da independência atrapalhou não só os movimentos abolicionistas, mas também a construção de um Brasil de verdade. Historicamente, todas as lutas encampadas pelos movimentos sociais, inclusive aqueles que tinham o fim da escravidão como pauta, foram suplantadas”, conta o historiador.

A escritora insiste e diz que elite brasileira do século XIX nunca lutou contra a escravidão, pelo contrário, investiu.

“A elite brasileira no séc. XIX, não é que ela não abole a escravidão, ela investe na escravidão para construir um Estado que vai ser escravista até, basicamente, o fim do império”, diz Ynaê.

Ao final, Lopes afirma que o evento da independência foi um “golpe” contra diversos movimentos sociais que existiam naquele período. 

Assista ao programa na íntegra:

O programa Estação Livre é apresentado pela jornalista e empreendedora Cris Guterres, considerada pela revista Forbes uma das criadoras de conteúdo mais inovadoras de 2020. Feita por uma maioria de mulheres pretas, a atração tem a missão de valorizar a cultura.

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