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Adesão aos bancos digitais cresce no Brasil, aponta pesquisa

O levantamento realizado pelo Finder, aponta que 7,5% estão dispostos a mudar de um banco tradicional para um digital no próximo ano


16/09/2022 10h11

O Brasil está entre os três países com maior participação de clientes e com crescimento mais rápido na adesão do modelo de bancos digitais, segundo levantamento do banco digital N26 em parceria com a Accenture.

A pesquisa, realizada em 28 países, mostrou que o Brasil está à frente nesse processo de economias maiores, como os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido. O estudo aponta que o país com crescimento mais rápido na adoção do modelo de bancos digitais nos últimos dois anos foi a Suíça, com alta de 82%.

O Brasil fica em segundo lugar, com 73%, seguido da Austrália, com 58%. Já em relação ao número de clientes com contas digitais, o Brasil fica em terceiro lugar, com 44% dos entrevistados, atrás dos Emirados Árabes Unidos (51%) e da Arábia Saudita (54%).

Os bancos digitais já eram uma realidade na vida de muitas pessoas, mas se tornaram ainda mais após a pandemia da Covid-19, que houve uma mudança de hábito.

De acordo com pesquisa realizada pelo Finder, que entrevistou 2.005 internautas em abril de 2022, atualmente 42,7% dos adultos brasileiros possuem conta em bancos digitais, um aumento de 10,7% em relação ao ano passado. A pesquisa também destaca que jovens com idades entre 25 e 34 anos estão entre os mais inclinados a utilizar contas bancárias online.

Outros 7,5% dos entrevistados brasileiros se mostraram interessados em abrir uma conta digital no próximo ano. Com isso, a porcentagem de usuários brasileiros com contas em bancos digitais pode chegar a 50,2%. Espera-se que este índice chegue a 57,3% até o final de 2027.

Ainda segundo a pesquisa, os homens se mostram mais interessados por bancos digitais. Cerca de 45,8% dos entrevistados afirmaram já utilizar o serviço, contra apenas 39,9% das mulheres.

O que é um banco digital

Banco Digital é o nome dado às instituições financeiras que funcionam de forma online. Isso significa que praticamente tudo o que o cliente precisa pode ser feito virtualmente – da abertura da conta ao atendimento e pagamento de boletos.

Outra característica de um banco digital é que ele, de forma geral, não possui uma estrutura física como os bancos tradicionais (agências e postos de atendimento, por exemplo), o que diminui bastante seu custo de operação.

De acordo com o especialista em tecnologia e CEO do banco digital Purplecats, Pedro Lima, o banco digital é uma versão atualizada dos bancos tradicionais.

“Eles focam muito mais na parte tecnológica, então é como oferecer para o cliente mais agilidade na hora de fazer uma operação pela internet, disponível através de aplicativos, para que toda a operação seja feita na hora”.

Benefícios

Esse modelo de banco em relação ao tradicional, tem como benefício a agilidade e praticidade para as pessoas.

“Só os brasileiros passam em média cinco horas por dia no celular. Não conseguimos mais ficar longe do aparelho. Então essa facilidade de você poder fazer abertura de conta, fazer requisição de empréstimo ou algum ajuste no seu crédito no cartão ali em tempo real sem a burocracia que uma agência acaba tendo”, explica o especialista.

Segundo Lima, a correria do dia a dia dos brasileiros faz com que procurem esses meios mais rápidos de resolver os problemas. “Antes precisávamos ir para a gente aí você ficava horas dentro de uma agência para conseguir resolver uma coisa que poderia ser resolvida online tem feito muita gente buscar esse meio”.

Bancos digitais são seguros?

De acordo com o especialista, as contas bancárias têm o mesmo princípio de um banco tradicional.

“Tanto que os bancos digitais são regulamentados pelo Bacen, então tanto um quanto o outro existe um problema ali de segurança, pode acontecer uma falha, mas eu vejo que pelos bancos digitais ficarem muito na questão tecnológica, eles estão sempre buscando a questão de segurança de proteger a base de dados e de dar uma proteção maior para o cliente”.

Da mesma forma que o Banco Central (BC) fiscaliza os bancos tradicionais, ele também regula as fintechs brasileiras que oferecem conta digital, cartão de crédito, empréstimo e outros serviços financeiros.

Isso significa que os bancos digitais também têm que seguir regras específicas para continuar operando.

“É relativo analisar a segurança de um banco digital e um tradicional porque ambos têm os mesmos problemas. E tem a questão do próprio cliente, porque aí muda um pouco e como que a gente vai interagir com o banco. Se ele vai interagir, por exemplo, por aplicativo, então ele tem que ter cuidado com a senha dele, ele tem que ter cuidado com o local que ele tá acessando a conta dele porque se forem roubados, como a gente teve caso já no Brasil, celulares sendo roubados enquanto a pessoa está com a conta aberta”.

É vantajoso para quem é MEI?

O fundador da Purplecats afirma que é mais vantajoso uma conta digital para quem é microempreendedor individual, e há alguns anos atrás existia muita dificuldade para quem era MEI para fazer a abertura de uma conta em um banco tradicional. Ele relata sua experiência ao tentar fazer essa abertura, quando fundou sua primeira empresa.

“Eles negaram, tinha uma semana que tinha aberto o MEI mas para eu pudesse trabalhar assim eu precisava ter uma conta bancária para oferecer, a minha solução foi partir para um banco digital. Abri minha conta em questão de horas, já tinha os dados da conta para passar para a empresa que eu ia prestar serviço”.

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