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Foto: Lara Asano
Foto: Lara Asano

No Provoca desta terça-feira (20), Marcelo Tas conversa com Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta. O programa vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.

Na entrevista, a advogada, professora universitária e filha de Michel Temer fala sobre o peso do sobrenome, sua luta contra a violência sexual com crianças e adolescentes, as violências que sofreu e mais.

Tas pergunta para a entrevistada qual o peso de seu sobrenome e ela diz: “Tem o ônus e o bônus. Tive muitos ônus, tenho ainda, um deles é ser uma mulher de 53 anos ainda referenciada à figura do pai (...). Mas tive muitos bônus também. Quando eu comecei a dar aula, tive uma recepção muito boa porque eu era filha do Temer, mas tinha um olhar muito preconceituoso também (...) então você tem que se esforçar muito mais, não só aos olhos dos outros, mas para você mesmo (...) precisa de um tempo para entender a sua capacidade, a sua potência”.

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Na edição, o apresentador ressalta que quatro meninas menores de 13 anos são estupradas por hora no Brasil. “Esse dado é importante porque quando a gente fala em violência sexual pensa em mulheres, e mesmo quando pensa em meninas, pensa em meninas que saem à noite, estão na balada. Não, falamos de crianças de menos de 13 anos de idade”, explica Luciana.

Ela ainda conta sobre os episódios de violência sexual que sofreu aos 12 anos e depois aos 27, e explica o porquê de só falar disso muito tempo depois. "A violência sexual é algo que constrange a vítima. Esse episódio dos 12 anos é um clássico. Ao voltar a pé da escola, tinha um homem se masturbando, e a gente é uma sociedade que passa pano nessas pequenas violências, sem entender que quando a gente permite às pequenas, as violências escalam (...) aos 27 anos, eu tinha sido delegada de polícia há cinco anos, e fiquei com muito medo da exposição, achei que ia ficar muito exposta, e na época eu escolhi não denunciar, registrar (...) eu olho para aquela mulher e penso como é que você não denunciou?".

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Sobre Luciana Temer

Advogada e professora universitária, foi secretária de Juventude, Esporte e Lazer do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), e secretária de Assistência e Desenvolvimento Social do ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Foi delegada de polícia por cinco anos, em Osasco, quando diz que acolheu muitas mulheres vítimas de violência. Atualmente, preside instituto que tem como missão o enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes no país.